Em Curitiba, 29ª Edição de Gritos dos(as) Excluídos(as) cobra fim da fome e acesso universal ao saneamento básico

Em Curitiba, 29ª Edição de Gritos dos(as) Excluídos(as) cobra fim da fome e acesso universal ao saneamento básico

Em Curitiba, ato será realizado no Centro de Formação Santo Dias, localizado na Rua Arthur Otto Suckow, 22, na Vila Torres, com início às 8h

Neste 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, trabalhadores(as) de todo o país, vão às ruas para ecoar o grito por respeito, direitos e soberania na 29ª edição do Grito dos Excluídos.

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São esperados atos em mais de 80 cidades brasileiras. Em Curitiba, toda a ação será realizada no Centro de Formação Santo Dias, localizado na Rua Arthur Otto Suckow, 22, na Vila Torres, com início às 8h. 

Neste ano, o tema será  “Você tem fome e sede de quê?”, pretendendo discutir o acesso à alimentação, água e saneamento básico, além de soluções que acabem com toda forma de violação dos direitos sociais.

Além de intervenções artísticas, debates e feira de artesanatos indígenas e produtos da economia popular. O evento pretende ainda arrecadar alimentos não perecíveis para povos originários. Por isso, a organização solicita que os(as) participantes levem 1kg de alimento para essa ação. 

O tema anual do “Grito dos Excluídos” é definido a partir de sugestões de uma rede nacional de articuladores e dialoga com o tema da Campanha da Fraternidade, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Para definir o tema, o grupo considera ainda a conjuntura política, social e econômica do país, além da luta dos movimentos populares e sociais.

Acesso a alimento e saneamento básico ainda são lutas prioritárias

Entender a fome como resultado da estruturação da sociedade brasileira subentende debater o papel da educação e da escola públicao nos processos de exclusão social. Desde a etapa inicial até a graduação e pós-graduação, a política educacional deve ser pensada como promotora das condições de superação da exclusão social, pelo acesso ao conhecimento para a vida e para o mercado de trabalho. 

Mas, as pesquisas recentes demonstram que há quase 10 milhões de pessoas analfabetas no Brasil. Os dados trazem ainda as evidências da relação entre a exclusão e a pobreza, especialmente entre a população negra e mais idosa.

Os dados evidenciam que a partir dos 15 anos de idade há um aumento do abandono escolar relacionado à necessidade de trabalhar e à falta de dinheiro para pagar as despesas escolares. A evasão é acentuada na fase do Ensino Médio e interrompe a evolução educacional que levaria ao Ensino Superior.

A questão sanitária também está intimamente ligada ao déficit educacional e a pobreza. Um levantamento do Instituto Trata Brasil, com base nos indicadores de 2021 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento aponta que, no Brasil, 100 milhões de pessoas não têm rede de esgoto e falta água potável para 35 milhões. 

O estudo identifica que quando o assunto é saneamento básico, a situação é ainda muito crítica. 16 dos 20 municípios com melhores condições de saneamento estão no sul e sudeste. Já os 20 piores estão no Norte e no Nordeste do país. Macapá teve a pior avaliação. São cidades onde a média de acesso à água é de 80%, a de coleta de esgoto é de menos de 30% e a de tratamento de 18%.

Já no  2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar, publicado no início de 2022 pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, a situação alimentar do brasileiro é ainda mais crítica. São 33 milhões de brasileiros que passam fome.

Reflexo de políticas que priorizavam o mercado e o lucro da alta burguesia nos últimos 6 anos, atualmente mais de 125 milhões de pessoas vivem em situação de insegurança alimentar, ou seja, quase 60% da população brasileira não conseguem completar as quatro refeições diárias.

A partir desta piora no quadro de acesso à alimentação, o Brasil voltou ao mapa da fome, mesmo após a ONU reconhecer, em 2014, que o Brasil havia superado esse quadro a partir de estratégias de segurança alimentar e nutricional aplicadas desde meados da década de 1990.

A secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos, Jussara Ribeiro, enfatiza que a APP sempre lutou pela redistribuição de renda e na implementação de políticas públicas que reduzem as desigualdades sociais, garantindo que direitos como a alimentação e o saneamento básico sejam respeitados. 

“Neste dia 7, nós da APP, estaremos presentes no grito dos excluídos por entender que uma educação democrática e libertadora só será alcançada quando nossos(as) estudantes tiverem pleno acesso a uma alimentação de qualidade e condições dignas de permanência na escola. Nossa luta é para que todos(as) e todas(as) tenham uma vida digna”, completa Jussara. 


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