Em Brasília, direção da APP denuncia massacre

Em Brasília, direção da APP denuncia massacre


A quarta-feira foi de trabalho intenso na capital federal. A direção estadual da APP-Sindicato participou de atividades e audiências para denunciar o massacre contra servidores(as) no último dia 29 de abril.

Pela manhã uma audiência pública no Senado Federal foi convocada especificamente para tratar do tema. Apesar de serem convocados, o governador Beto Richa(PSDB) e o secretário de segurança pública, Fernando Francischini, eles não compareceram. “É uma pena que o governo do Paraná não tenha comparecido para apresentar explicações” afirmou o presidente da comissão, senador Paulo Paim, ao encerrar a audiência.

Além dos(as) dirigentes, também compareceram educadores(as) e servidores(as) estaduais que foram feridos(as) no massacre. O cinegrafista da TV Bandeirantes, Luiz Carlos de Jesus foi convidado e relatou aos(às) parlamentares o que presenciou no dia do ataque da polícia. Emocionado, Jesus disse que não estava lá para manifestar ou para defender um ou outro lado. Estava no exercício de sua profissão quando um pitbull da polícia militar o atacou ferozmente. “O médico disse que foi por pouco que não aconteceu o pior”, relatou ao dizer que por apenas 3 cm a mordida não atingiu a artéria, o que seria fatal.

O presidente da APP, professor Hermes Leão foi duro nas críticas à ação violenta do governo. “O que se instalou no Paraná foi uma verdadeira ditadura. Nada justifica tanta arbitrariedade e uso de força como o que foi aplicado no dia 29 de abril”, relata. No mesmo tom os relatos dos deputados estaduais Professor Lemos e Tadeu Veneri denunciaram a falta de diálogo da presidência da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e do governador Beto Richa.

A audiência foi interativa e com transmissão ao vivo pela internet. Cerca de 400 pessoas participaram enviando perguntas, comentários e denúncias pelo site do Senado.

Audiências – ainda na tarde de ontem (6). Dirigentes e integrantes de movimentos sociais e de direitos humanos foram também à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, ao Ministério da Previdência e, finalmente, à Secretaria Nacional dos Direitos Humanos da Presidência da República, onde foram recebidos(as) pelo ministro Pepe Vargas. Para cada órgão foi entregue um dossiê com fotos, vídeos e relatos do massacre.

Confira os encaminhamentos da audiência pública no Senado Federal:

– Verificar a possibilidade de propor projeto de lei com a finalidade de proibir o uso de pitbulls e de armas de fogo em manifestações públicas;

– Representar ao Sistema Internacional de Diretos Humanos, denunciando os fatos ocorridos, conforme sugerido pela Senadora Gleisi Hoffmann;

– Encaminhar a ata e as notas taquigráficas da reunião à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, ao Ministério da Justiça e ao Governador do Estado, solicitando que os fatos sejam devidamente apurados e os responsáveis punidos;

– Realizar diligência no Estado do Paraná, em formato de audiência pública, com a participação do Conselho Nacional de Direitos Humanos, da Câmera e do Senado;

– Trabalhar intensamente para que a lei do piso salarial dos(as) educadores(as) se cumpra;

– Fazer gestões junto ao governo do Paraná para que retome imediatamente a negociação com os(as) educadores(as);

– Oferecer apoio aos parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná para a abertura de CPI sobre o fundo de previdência dos(as) servidores(as).

MENU