Mais uma vez o governo do Paraná tentou emplacar a ladainha de que está quase quebrado. Nesta terça-feira, dia 31, aqueles(as) quem acompanharam a apresentação do secretário estadual da Fazenda Mauro Ricardo Rocha, na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), tiveram a primeira impressão de que a situação é catastrófica. Os números, porém, não mentem. Os dados divulgados pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) comprovam que houve um aumento de 18,6% na receita corrente líquida do Estado no primeiro quadrimestre desse ano, isto é, no período de janeiro a abril. Se retirar o valor da antecipação do IPVA do cálculo, o índice ainda é muito bom: 12%.
Se comparado à média nacional – na qual a maioria dos Estados apresentou queda de -5% nas suas receitas – é perceptível que a fórmula perversa de Mauro Ricardo deu o resultado esperado pelo governo. Assim, o Paraná registrou, por conta do aumento de impostos, elevação na sua receita. No entanto, mesmo tendo dinheiro, em vez honrar os seus compromissos, o governador Beto Richa tenta se safar. “Esse quadro é diametralmente oposto ao que aposta a Secretaria da Fazenda. Enquanto a Sefa trabalha com receita crescendo abaixo do estimado para a Lei Orçamentária de 2016, estimamos que a Receita Corrente cresça no patamar de 8% a 10%”, informou o deputado estadual Professor Lemos.
De acordo com o parlamentar, com os bons resultados apresentado na receita não há mais como o governo adiar o pagamento do que deve ao funcionalismo estadual. “São aproximadamente R$ 300 milhões de atrasados em progressões e promoções, aplicação do Piso Nacional dos Professores com valor estimado de R$ 38 milhões ao mês e concurso para as diversas carreiras”, apontou. Além dos bons resultados apresentados no quadrimestre e na prévia do mês de maio, Lemos relembrou que o Fórum das Entidades Sindicais (FES) apresentou ao governo uma série de possibilidades para levantar receitas extraordinárias, a exemplo da venda da folha de pagamento dos servidores estimado em R$ 600 milhões.