Entre suas propostas para a educação, o candidato Jair Bolsonaro (PSL), defende o ensino à distância como uma alternativa ao Ensino Fundamental. “Conversei muito sobre ensino a distância. Me disseram que ajuda a combater o marxismo. Você pode fazer ensino a distância, você ajuda a baratear”, argumenta o presidenciável em sua campanha afirmando que, para as escolas rurais, a modalidade EaD será uma opção para todos os anos do Ensino Básico.
Ao tratar a educação como um campo onde precisa haver corte de gastos, a proposta coloca em risco o acesso dos(as) estudantes à educação pública e gratuita. A proposta é um artifício para não melhorar a estrutura das escolas e que acaba agravando ainda mais as discrepâncias sociais. De acordo com o IBGE, menos da metade da população tem acesso à computadores com internet – o índice ainda é menor entre os moradores e moradoras das regiões rurais.
Bolsonaro, com essa proposta, ignora a lei do Plano Nacional de Educação, que estimula o aumento das horas presenciais nas escolas (A meta 6 do Plano, determina que 50% das escolas públicas tenham ensino integral até 2024). O presidenciável desrespeita também a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que determina que Ensino Fundamental como “presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais”.
A escola é um bem público a serviço da sociedade. Nenhum político ou instituição deve usar o seu poder para comprometer o acesso à educação, o trabalho do(as) educadores(as), a interação entre os(as) estudantes e o acesso dos pais, mães e responsáveis ao ambiente escolar. Crianças e jovens precisam de acesso às escolas públicas, gratuitas, com laboratórios, espaços de estudo e recreação. Precisam de merenda de qualidade, de professores(as) e funcionários(as) capacitados(as) técnica e pedagogicamente. Só assim, o Brasil terá condições de enfrentar o analfabetismo social, a corrupção e toda a falta de valores que ameaça a democracia.