Eleição de diretores(as): proposta inicial do governo foi descaracterizada

Eleição de diretores(as): proposta inicial do governo foi descaracterizada


Tivemos hoje mais um capítulo de uma novela do governo do Paraná. Considerado o governador dos ‘tratoraços’, Richa, novamente, tentou impor sua vontade de forma arbitrária. E, mais uma vez, não foi vitorioso. Com características punitivas (de retaliação pela participação na greve) e com a tentativa de colocar verdadeiro “cabresto” nos(as) diretores(as), o teor original do projeto de lei 631/2015 foi alterado pela atuação da APP-Sindicato, a partir dos debates realizados com a categoria. O tom dado pela entidade, no entanto, foi sempre o mesmo: retira ou rejeita!

O governo se negou a retirar o projeto da pauta. A Secretaria de Estado da Educação (Seed) se negou a debater com a categoria o teor da nova lei. Restou-nos a pressão aos(às) deputados(as), que foram obrigados(as) a realizar audiência pública e debates com a APP sobre o tema. Deputados(as) de oposição pressionaram para que o projeto fosse rejeitado nas comissões por onde passou. Um substitutivo geral foi, inclusive, proposto pelo deputado estadual Professor Lemos, mas rejeitado pelos demais componentes da Comissão de Educação.

A lei aprovada, hoje (07), traz retrocessos ao processo de eleição de diretores(as) como, por exemplo, o estabelecimento de avaliação ao final do segundo ano de mandato; a realização de cursos de capacitação como critério para concorrer ao cargo e a realização de segundo turno de eleição em alguns casos. Além disso, o voto universal, se não envolver, de fato, mães, pais, estudantes e comunidade, passa a ser apenas uma máscara democrática para um projeto autoritário. Na prática, conseguimos reverter com nossa luta o caráter punitivo da lei. Quem avaliará o diretor(a) durante o mandato será a comunidade, através do Conselho Escolar e não a Seed/Governo, conforme constava do projeto original. Também ficou estabelecido o mandato de quatro anos, o que melhora a gestão e a organização da escola.

Para o professor Hermes Silva Leão, presidente da APP-Sindicato, a participação da categoria nos dias de votação, acompanhando as sessões do plenário e reuniões da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e Comissão de Educação, foi fundamental para impedir mais um  “tratoraço” do governo sobre as escolas. “Nós vamos continuar estimulando a participação das comunidades e acompanhar o processo eleitoral. Entendemos ser muito importante a autonomia das escolas no processo de escolha dos novos diretores”, afirma Hermes. A luta, agora, continua para garantir processos democráticos e transparentes na escolha das novas direções das escolas para o próximo período.

Confira abaixo como votou cada deputado(a):

Favoráveis ao projeto Contra o projeto Não votou
Alexandre Curi (PMDB) Ademir Bier (PMDB) Adelino Ribeiro (PSL)
Alexandre Guimarães (PSC) Chico Brasileiro (PSD) Ademar Traiano (PSDB)
André Bueno (PDT) Evandro Araújo (PSC) Anibelli Neto (PMDB)
Artagão Jr. (PMDB) Gilberto Ribeiro (PSB) Claudio Palozi (PSC)
Bernardo Ribas Carli (PSDB) Marcio Pacheco (PPL) Fernando Scanavaca (PDT)
Cantora Mara Lima (PSDB) Nelson Luersen (PDT) Jonas Guimarães (PMDB)
Claudia Pereira (PSC) Nereu Moura (PMDB) Luiz Carlos Martins (PSD)
Cobra Repórter (PSC) Péricles de Mello (PT) Marcio Pauliki (PDT)
Cristina Silvestri (PPS) Pr. Edson Praczyk (PRB) Maria Victoria (PP)
Dr. Batista (PMN) Professor Lemos (PT) Nelson Justus (DEM)
Elio Rusch (DEM) Rasca Rodrigues (PV) Ney Leprevost (PSD)
Evandro Jr. (PSDB) Requião Filho (PMDB)
Felipe Francischini (SD) Tadeu Veneri (PT)
Francisco Bührer (PSDB) Tercílio Turini (PPS)
Gilson de Souza (PSC)
Guto Silva (PSC)
Hussein Bakri (PSC)
Luiz Claudio Romanelli (PMDB)
Marcio Nunes (PSC)
Mauro Moraes (PSDB)
Missionário Ricardo Arruda (PSC)
Paranhos (PSC)
Paulo Litro (PSDB)
Pedro Lupion (DEM)
Plauto Miró (DEM)
Schiavinato (PP)
Tiago Amaral (PSB)
Tião Medeiros (PTB)
Wilmar Reichembach (PSC)

 

MENU