Educadores(as) se juntam a estudantes, pais e mães em defesa da disciplina de Arte na educação básica APP-Sindicato

Educadores(as) se juntam a estudantes, pais e mães em defesa da disciplina de Arte na educação básica

Ato em frente à Seed reivindica a alteração da matriz curricular para o ensino fundamental antes da distribuição de aulas, que vai ocorrer no final de janeiro

Educadores(as), estudantes, pais e mães realizaram na manhã desta terça-feira (10) um ato em defesa das aulas de Arte para os 8º e 9º anos do ensino estadual. A mobilização foi realizada em frente a Secretaria de Estado da Educação e enfatizou a importância de manter a disciplina na matriz curricular.

Junto aos gritos de ordem, a manifestação apresentou algo diferente de outras mobilizações: Artes de estudantes enviadas por educadores(as) tornaram a ação colorida e potente, demonstrando a necessidade da manutenção da disciplina, que é fundamental no desenvolvimento intelectual e criativo dos estudantes. 

A presidenta da APP-Sindicato, professora Walkiria Mazeto, destacou que os(as) educadores(as) não são contra a inclusão da disciplina Pensamento Computacional, mas que não é aceitável que Arte seja removida para isso.

“Não temos contrariedade à inclusão, mas que esta disciplina seja feita de forma extracurricular. A Arte precisa ficar, pois ela tem um papel fundamental que nenhum outro saber ocupa”, explica a presidenta.

A mobilização reivindica a alteração da matriz curricular para o ensino fundamental antes da distribuição de aulas, que vai ocorrer no final de janeiro. A matriz divulgada no final do ano passado substitui Arte por Pensamento Computacional no 8º e 9º anos.

Pai do aluno da rede estadual, Adão Márcio Ferreira, participou do ato em frente à Seed. Ele avalia que a disciplina de Arte é fundamental para o futuro do filho. “Eu sou da área de Exatas e acho que deveria ter mais aulas de Humanas, porque no futuro o computador vai fazer o trabalho e quem vai pensar e imaginar será o ser humano. E a arte é pra isso. A Arte tem essa função de libertar a gente, de fazer a gente pensar, divagar, e eu vejo que isso é uma coisa que não tem nas outras matérias”, afirma.

Adão acionou o Ministério Público para manter as aulas de Arte na escola do filho dele. “Eles entenderam meu primeiro pedido e concordaram que não está sendo respeitada a isonomia entre os alunos. As crianças no Paraná não vão ter Arte, mas as de São Paulo, Rio de Janeiro e outros lugares vão ter. Eu vejo que nossos filhos vão ficar prejudicados, pois Arte também cai no Enem”, diz.

Mais pais deveriam recorrer ao Ministério Público para garantir as aulas de Arte, afirma Adão. “O MP entendeu essa pauta, só que nós precisamos de mais pessoas. Uma andorinha só não faz verão”, afirma. Ele considera que recorrer ao MP e obter liminar na Justiça pode barrar temporariamente a suspensão das aulas e levar a uma discussão mais ampla da questão.

Para o professor Edmilson Silva, integrante do Núcleo Curitiba Sul da APP e da Associação do Professorado de Artes do Paraná, o movimento Fica Arte Paraná é importante para que não se perca a cultura riquíssima do Paraná para um projeto de desmonte da educação. “Se tiram essa disciplina do 8º e 9º ano, para substituir seja por qual for, estão tirando a capacidade de expressão cultural e a gente fica fadado a repetir os mesmos fracassos, pois não teremos capacidade de ver, entender, analisar, interpretar e expressar as nossas vontades através da arte”, explica.

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