Professores(as) e funcionários(as) de escola de todo o Paraná vão fazer uma manifestação neste sábado (7) em frente à Secretaria de Estado de Educação (Seed), em Curitiba, para protestar contra os ataques do governo Ratinho Jr à educação pública, com políticas que têm levado a categoria ao adoecimento. O protesto também fará memória das duas professoras que morreram nos últimos dias dentro de escolas da rede pública estadual.
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O ato deve iniciar por volta das 12h, logo depois da Assembleia Estadual Extraordinária da categoria que acontece também neste sábado, a partir das 8h, no Clube Social Paraná Clube, localizado na Avenida Presidente Kennedy, 2377. Os(as) educadores(as) marcharão até a Seed, onde irão apresentar publicamente a pauta de reivindicações da categoria.
A assembleia vai aprovar as estratégias de luta para o próximo período, baseada na mobilização nas escolas. “Estamos levando para a assembleia um conjunto de mobilizações e resistências internas nas escolas. Nós precisamos dizer um basta à obrigatoriedade de plataformas e a esse assédio que a Seed tem feito conosco”, adianta a presidenta da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto.
Os(as) educadores(as) vão definir frentes de ação para enfrentar a política educacional da Seed, no que diz respeito à organização pedagógica e às condições de trabalho de professores(as) e funcionários(as) de escola, para pôr fim à pressão, assédio e punição pela Seed. A proposta é realizar debates nas escolas no horário do intervalo, com alunos(as), funcionários(as) e diretores(as) de escola.
A Assembleia vai tratar também de outros temas, como a carreira dos funcionários de escola e a equiparação salarial dos(as) educadores(as) com outros(as) servidores(as) com a mesma exigência de escolarização para ingresso na carreira. Mas a campanha contra as plataformas deve se destacar no encontro.

“Esse é um tema que a gente vem discutindo há um tempo, a sobrecarga de trabalho e o adoecimento que vêm causando para nossa categoria a forma como as escolas estão sendo organizadas nesse momento. A Seed adotou um modelo de educação que impõe aos professores a interação em aplicativos digitais, as plataformas, que não têm impacto comprovado sobre a aprendizagem”, afirma Walkiria
A pressão para cumprir metas de acesso às plataformas tem levado professores(as) ao adoecimento, causado pela frustração com o resultado educacional e pela cobrança constante em relação às interações na plataforma.
“Nós professores(as) não somos contra a tecnologia, nós não queremos voltar ao período em que não se tinha tecnologia nas escolas. O que nós queremos é que a tecnologia esteja a nosso favor, que eu possa escolher em que momento da aula eu vou usar, que plataforma eu vou usar, e não como está hoje, quando sou obrigada a usar a plataforma e organizar minha aula para cumprir uma meta sem sentido”, explica Walkiria.

A decisão pela realização do ato foi tomada durante esta sexta-feira, na reunião do Conselho Estadual da APP-Sindicato, instância de deliberação da categoria que precede a realização de assembleias.
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