Educadores(as) promovem manifestação durante o desfile de aniversário de Foz do Iguaçu

Educadores(as) promovem manifestação durante o desfile de aniversário de Foz do Iguaçu


A insatisfação com os governos municipal, estadual e federal ficou estampada nas faixas dos educadores e ativistas de diversos movimentos sociais, durante o protesto nesta sexta-feira (10), no desfile comemorativo aos 102 de Foz do Iguaçu. Ao tomar a avenida com cartazes, bandeiras e gritos de “Fora Reni”, “Fora Cláudia Pereira”, “Fora Beto Richa” e “Fora Temer”, o movimento foi recebido com aplausos e a simpatia dos moradores que acompanhavam o desfile.

Na pauta, a resistência ao projeto de desmonte da escola pública e do serviço público do Paraná, imposto por Beto Richa. A mobilização denunciou a falta da merenda e o atraso no envio dos alimentos às escolas e o calote sofrido pela categoria, pois o governo nega-se a pagar promoções e progressões. Os servidores também pediram punição a políticos e empresários ligados ao governo paranaense envolvidos no desvio de verbas repassadas à construção de escolas.

No informativo distribuído para a população, a APP-Sindicato/Foz denunciou as propostas dos governos de utilizar a crise econômica para cortar verbas dos serviços e direitos básicos, como educação, saúde e aposentadoria. “Com isso, piora a condição de trabalho para os educadores e o serviço público torna-se ainda mais precário para a população. Os governos veem os direitos como mercadoria, onde só tem acesso quem pode pagar””, expõe o boletim.

Entre os projetos que refletem a tentativa dos governos de transferir para os trabalhadores a fatura da crise econômica estão o PL 257, que prevê o congelamento de salários e privatizações, a reformada previdência, que aumenta a idade para a aposentadoria dos trabalhadores e as medidas do ajuste fiscal, que visam retirar recursos e eliminar programas essenciais para a população, como saúde, educação e moradia.

Reni Pereira não foi – O prefeito Reni Pereira não compareceu à solenidade oficial de comemoração do aniversário da cidade. No palanque instalado na avenida Paraná, a gestão municipal foi representada pela vice-prefeita, Ivone Barofaldi (PSDB). Ao percorrer o trajeto do desfile em carro militar, a vice foi recebida com gritos de “conivente”, em alusão aos escândalos de corrupção investigados pela PF (Polícia Federal), no âmbito da Operação Pecúlio.

Há vários dias, circulam rumores sobre o eventual afastamento do prefeito Reni Pereira, para tratamento médico. Ivone Barofaldi chegou a anunciar publicamente que assumiria o governo, após acordo com mandatário, mas até agora nada foi formalizado. O anúncio da licença Reni Pereira foi divulgado poucos antes da PF concluir o inquérito da Operação Pecúlio, que indiciou 40 políticos e empresários ligados ao governo, acusado de fraudar licitações.

Reni Pereira é acusado pelas autoridades policiais e judiciais de ser  o “chefe de uma quadrilha” instalada na Prefeitura de Foz do Iguaçu, especializada em desviar recursos de obras e serviços de saúde. A investigação, que inclui a deputada Cláudia Pereira (PSC) tramita no TRF (Tribunal Regional Federal), já que os investigados possuem foro privilegiado. Durante as investigações, a Operação Pecúlio apreendeu R$ 120 mil em posse de Reni, que alegou ser proveniente de indenização.

Cláudia Pereira sumiu – A deputada Cláudia Pereira (PSC) também não compareceu ao desfile oficial de aniversário da cidade. A parlamentar é conhecida por votar sistematicamente a favor do governador Beto Richa na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) e contra a sociedade paranaense. Para os trabalhadores da educação, Cláudia Pereira faz parte da “Bancada Camburão”, grupos de deputados estaduais co-responsáveis pelo Massacre de 29 de Abril.

Em 2015, durante o aniversário de Foz do Iguaçu, Cláudia Pereira retirou-se às pressas do palanque de autoridades que acompanhavam o desfile, assim que os educadores iniciaram um protesto junto à população. Eleita por Foz do Iguaçu, a deputada votou a favor do confisco do fundo de aposentadoria do funcionalismo e todos as propostas do executivo estadual que cortaram direitos dos educadores ou atacaram contra a autonomia e a gestão democrática das escolas.

Fonte: NS Foz do Iguaçu

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