Educação pública: uma história de lutas

Educação pública: uma história de lutas


Quando se fala em educação pública sua existência parece algo normal e natural, mas não é, muito pelo contrário é fruto de muita luta e disputas ideológicas. O intuito de aceitar o convite para escrever sobre educação e política para um jornal em Paranavaí remete a minha história de vida. Nasci e morei em Paranavaí por 28 anos. Estudei na escola Leonel Franca até a 8ª série e no Colégio Estadual o Ensino Médio. Não fiz pré-escola. Naquela época não tínhamos a obrigatoriedade que será uma realidade só a partir de 2016 (4 aos 17 anos). Ainda lutamos para que a Educação seja um direito para todos e todas, da educação infantil à universidade.

Nesta época eu tampouco tinha ideia, até porque estava numa escola estudando, a importância e a historia da luta permanente de educadores/as em todo o país para que a escola pública exista, as várias fases de resistência e de ampliação em cada período histórico.

Hoje, aos 48 anos e com uma vida dedicada à educação pública, poisesta se tornou minha profissão, entendo cada fase, a ausência histórica de política e de recursos para a sua ampliação e melhoria. A Educação é sempre lembrada em momentos eleitorais. A cada eleição os governantes se enchem de propostas, mas quase nunca falam em aumentar os recursos. E, hoje sabemos e entendemos que para o bom desenvolvimento da educação é necessário mais recursos. E para a melhoria de vida da maioria da população a educação é cada vez mais determinante. Para o desenvolvimento econômico, científico, cultural e político, a educação deveria ser a prioridade de qualquer nação.

Esse não é um problema atual, mas secular. No entanto, entre desafios e avanços a Educação ainda não é a prioridade de governos das três esferas: federal, estaduais e municipais. A idéia nesse espaço é resgatar sua história, a luta dos/as professores/as e dos/as funcionários/as e suas necessidades hoje.
Apresentar a mais recente Lei Federal nº13005/2014, que é a nova proposta para os próximos 10 anos para o desenvolvimento da educação brasileira, o chamado Plano Nacional de Educação, amplamente debatido entre os/as educadores/as, mas não pela maioria da população, que deve ser a mais interessada nesse processo. Dialogar também sobre a ausência de pais, mães e responsáveis sobre o processo escolar e tantos temas que se interrelacionam.

Hoje, quando me perguntam, o que você faz? Respondo com muita alegria e consciência de minha profissão: Sou Professora! Hoje estou na direção do maior sindicato do Estado do Paraná. A APP-Sindicato, que protagonizou uma de suas maiores greves. Vamos falar dessa greve também e de tantas outras para entender, para saber. É preciso acima de tudo ter conhecimento para realizar um bom debate e tirar conclusões. Muitas vezes também desvelar o que muitas vezes é escondido da maioria da população.

Espero que possa contribuir nesse espaço. Receber críticas, ampliar o debate e acima de tudo fortalecer a luta por uma educação Pública de Qualidade, Laica, Socialmente referenciada para todos e todas.

*Secretária de finanças da APP-Sindicato, professora da rede pública estadual do Paraná, especialista em educação, foi presidente da APP.

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