Durante a manhã desta segunda-feira (23), representantes da APP-Sindicato se reuniram com a Secretaria de Estado da Educação (Seed) para debater sobre demandas de educadores(as) do coletivo de profissionais da Educação Especial.
A APP cobrou da Seed uma resposta sobre os problemas com a Prova Paraná, que não garantiu acessibilidade para estudantes com deficiências. O teste longo, com muitas opções de respostas, ilustrações sem leitores(as), fontes pequenas, gerou indignação entre pais, alunos(as) e professores(as).
Segundo a secretária educacional da APP, Vanda Santana, a padronização – um problema inerente à prova e que ignora as especificidades de cada comunidade escolar – é responsável pelo descaso com a inclusão.
A Seed demonstrou preocupação com o apontamento e afirmou que tomará medidas para assegurar a adaptação das próximas provas.
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Outro ponto discutido foi a burocratização e exigência excessiva com o preenchimento de relatórios, o que tem sobrecarregado os(as) professores(as) e a equipe pedagógica das escolas.
“Com o corte da hora-atividade, nós temos menos tempo na escola para atender esses estudantes. Nós compreendemos que a educação inclusiva é fundamental e que é necessário que a escola tenha a estrutura para poder se organizar e fazer um atendimento adequado para esses estudantes”, ressalta Vanda.
Contratação de PAEE e PAC – Também foi cobrada da Seed a urgência na contratação de Professores de Apoio Educacional Especializado (PAEE) e Professor de Apoio à Comunicação Alternativa (PAC), já que muitos(as) estudantes necessitam de um acompanhamento completo por conta de suas especificidades.
Segundo a Seed, só a partir deste mês foi autorizada a ampliação de contratação de PAEE e PAC com a carga horária de 25 horas-relógio para atender estudantes que têm 6 aulas.
Além disso, faltam Profissionais de Atendimento Especializado(PAE) que são os funcionários(as)de escola que garantem o atendimento de estudantes que necessitam de cuidados na locomoção e alimentação especial. “A Seed não contrata o número suficiente destes profissionais e com a terceirização, após muita pressão, foram contratados, mas com jornada insuficiente, ou seja, durante grande parte do dia, o estudante fica sem atendimento. Isso é inadmissível”, afirma Nádia Brixner, secretária executiva educacional.
Frente a este tema, a Seed afirmou que está buscando ajustar o contrato com as empresas para que os funcionários terceirizados atuem por 40 horas.
Salas de recursos – Ainda na reunião, o Sindicato cobrou da Seed uma resposta sobre a oferta das salas de recursos. Na visão da APP, o modelo de escola em tempo integral inviabiliza a utilização destes espaços, já que eram utilizados em contraturno.
A Seed reconhece este problema e está encaminhando os(as) estudantes para um modelo chamado atendimento educacional especializado integral, porém fora das salas de recursos. São nas próprias disciplinas da própria matriz.
“Enfatizamos que este modelo não contempla as necessidades da rede, pois os(as) estudantes precisam de uma sala de recursos para complementar a sua escolarização a partir das suas necessidades educacionais específicas”, completa Vanda.
A proposta da APP é que a matriz curricular nas escolas de tempo integral contemple o atendimento especializado a estes estudantes e que não implique em mais exclusão. A coordenação da Educação Especial da Seed se comprometeu em continuar os estudos e retomar o debate com o sindicato.
Para o pedagogo, Enio Rodrigues Rosa, dirigente do Núcleo Sindical Curitiba Norte que acompanhou a reunião, o saldo foi positivo. “A reunião foi boa, abriu espaço para avançar. As questões da escola integral e da Prova Paraná suscitaram a necessidade de entendimento. Houve uma sinalização favorável para continuar o diálogo no sentido de garantir o atendimento educacional para estes estudantes.”
Conferência da Educação – A APP ressalta a importância da participação dos(as) educadores(as) da educação especial na Conferência Estadual da Educação da APP-Sindicato. O evento será o espaço de construção coletiva das propostas e demandas do segmento.
No caderno da conferência, existe um eixo que trata apenas da educação especial. O caderno será distribuído para auxiliar os(as) educadores(as) na construção das propostas.