A educação pública do Paraná foi um dois principais temas do debate entre os(as) candidatos(as) a governador do Paraná realizado nesta quinta-feira (1º) pelo Coletivo de Sindicatos de Londrina. Participaram Roberto Requião (PT), Ângela Machado (PSOL/Rede) e Ricardo Gomyde (PDT).
O encontro aconteceu na Universidade Estadual de Londrina, foi transmitido pela rádio UEL e publicado no canal da emissora no Youtube (clique aqui e aqui para ver as duas partes). A educação foi o primeiro tema do debate, que tratou também de privatizações, trabalho/emprego e saúde.
Gomyde se comprometeu a valorizar a educação e seus profissionais, caso seja eleito governador. “Vamos valorizar o profissional da educação e melhorar a gestão. Vamos fazer coletivamente, junto com nossas universidades, com a inteligência do nosso Estado, junto com a APP, com os professores”, disse.
O candidato do PDT afirmou que vai criar uma comissão para rediscutir a Lei Geral das Universidades, aprovada apressadamente na Assembleia Legislativa no final do ano passado. Ele avalia que a lei proposta pelo governador Ratinho Jr “engessa” as universidades, desconsidera suas peculiaridades e impede seu desenvolvimento.
Requião afirmou que vai pagar a data-base dos servidores(as), que amargam perdas de mais de um terço dos salários depois de seis anos sem reajuste. “A data-base foi criada no meu governo, portanto será respeitada”, disse.
Para cobrir os custos da reposição salarial, Requião quer rever os incentivos fiscais bilionários do governo Ratinho Jr. “O problema salarial é de solução simples: o governo do estado dá hoje R$ 17 bilhões de isenção fiscal para os tubarões da economia. Vamos rever isso”, explicou. “A reposição salarial de todos os professores e funcionários custaria R$ 4,5 bilhões, muito menos que os R$ 17 bilhões”, disse.
O candidato do PT se comprometeu a realizar concursos públicos e acabar com a terceirização de servidores(as) públicos(as). “Vamos restabelecer a alegria na sala de aula. Contratei 63 mil professores. Reabro os concursos, acabo com a terceirização, que é absolutamente criminosa”, afirmou.
Requião citou o caso da terceirização dos agentes penitenciários, como exemplo do descalabro das privatizações do governo Ratinho Jr. “Tem empresa ganhando fortuna em cima da venda de salário dos funcionários. A empresa que ganhou essa licitação recebe R$ 22 mil por trabalhador por mês. Quanto ganha o agente? R$ 2,1 mil. Não tem cabimento, é roubo, é patifaria. Nós vamos acabar com isso”, disse.
Ângela Machado também se comprometeu a acabar com as privatizações no serviço público, assim como com a militarização das escolas. “Nós vamos tratar a educação com respeito, valorizando os profissionais”, afirmou. Ela denunciou que a educação e os professores do Paraná estão adoecidos por causa dos sucessivos ataques do governo Ratinho Jr.
“Sou professora e todos os dias vejo meus colegas, e eu mesma, adoecidos. Preciso fazer essa denúncia aqui. A educação do Paraná está adoecida. Os profissionais da educação, com a desvalorização, com as perdas salariais, com as metas que têm que cumprir, com as tabelas que têm que preencher, estamos adoecidos e isso precisa ser denunciado”, afirmou.
Ângela defendeu que há dinheiro para corrigir os salários dos professores(as). “Quando se fala em perdas salariais, e eu sinto na pele esses quase 40% de perdas salariais, é preciso dizer que tem dinheiro para fazer uma adequação desses salários. Estudo da Universidade Federal constatou que o governo do Paraná gastou menos com educação, saúde e esporte do que ele mesmo previu na LDO”, disse. Segundo ela, estamos vivendo um “apagão na educação”.