Polêmicas, paralisia, incompetência, aparelhamento ideológico e demissões. Essa tem sido a rotina do Ministério da Educação (MEC) montado pelo governo Bolsonaro. A pasta voltou ao destaque do noticiário, nesta segunda-feira (8), com a demissão do colombiano Vélez Rodrigues, do cargo de ministro, e a divulgação do nome do economista Abraham Weintraub para substituí-lo.
Tanto o que sai quanto o que entra não apresentam em seus currículos nenhuma experiência na área da educação que justifique a indicação para um dos ministérios mais importantes da gestão pública do país. Ambos também possuem em comum fidelidade ao pensamento extremista que levou o MEC ao caos em menos de 90 dias.
Para piorar, Weintraub tem ligações com o mercado financeiro, setor que tem interesse no desmonte da educação pública e na transformação do setor em mercadoria. De acordo com o Valor Econômico, Weintraub foi sócio da Quest Investimentos, membro do comitê de trading da BM&F Bovespa, conselheiro da Ancord e representou o Banco Votorantim, do qual foi diretor, em encontros do Fundo Monetário Internacional.
Outro agravante no currículo do novo ministro é sua obsessão pelo sistema de capitalização defendido por Bolsonaro para a Previdência. Nesse modelo, patrão e governo deixam contribuir e cada trabalhador(a) é o único responsável pelos depósitos da sua aposentadoria. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), esse sistema fracassou onde foi implantado. Para especialistas, se a ideia for adotada no Brasil, será o fim da aposentadoria.
Ainda de acordo com as primeiras informações divulgadas na imprensa, Weintraub passou a maior parte da sua carreira no mercado financeiro e faz parte da equipe de Bolsonaro desde novembro, quando foi formado o gabinete de transição. Atualmente estava nomeado como secretário-executivo da Casa-Civil.