Ensino a Distância (EaD) não tem como defender e achar que cumpre o papel de manter a educação pública com qualidade durante a pandemia do coronavírus. Se na teoria – com olhar para o futuro de quem vive o dia a dia nas escolas – o posicionamento já era contrário de instituições e especialistas em educação, na prática, muitos relatos de professores(as), funcionários(as), equipe pedagógica, pais, mães e alunos(as) só comprovam a realidade de que o EaD implantado pelo Governo Ratinho Jr. não funciona. Ao contrário, a proposta dificulta no processo de ensino e aprendizagem e exclui muitos(as) estudantes.
Depoimentos são dados a todo momento para os(as) dirigentes da APP-Sindicato e relatos nas mídias da instituição estão a postos para quem quiser ler e entender a turbulência do Ead no Paraná. A preocupação com cada estudante e de como será refletido no seu cotidiano escolar e para a vida será mais um capítulo na história da educação pública.
Mãe de uma estudante de Marialva – “Não concordo com este tipo de ensino. Mas se foi esta a maneira que conseguiram para nossos filhos não ficarem ociosos, temos de enfrentar. Meus filhos vêm tentando desde o primeiro dia a entrar neste sistema. Porém, sem auxílio das escolas. Minha filha conseguiu entrar pelo YouTube para assistir as aulas e, em seguida, no Google classroom. Já meu filho, tentei entrar no Google classroom e conseguimos apenas hoje. Mas vamos tentar colocar em ordem as atividades que foram pedidas. Conseguimos fazer todos os procedimentos, pois nós – pais – nos unimos e um ajudou o outro”.
SOS EaD Ratinho Jr e Renato Feder – A aflição relatada por uma das mães não termina e ajuda é o que mais precisam para tentar acompanhar um sistema de ensino feito às pressas – “Peço ajuda desde o início para conseguir acessar as plataformas na escola do meu filho, mas não tive resposta. Descobri que a escola dele está fazendo atendimento na sexta-feira, das 8h30 às 10h30, porque ‘invadi’ o PV de um professor dele. Venho, por aqui, dar uma sugestão para que as escolas públicas estaduais orientem mais os pais para a realização destas aulas. Como estamos em quarentena e não podemos sair, poderiam utilizar este meio de comunicação para nos ajudar. Carro de som para orientar se as escolas estão atendendo, horário do atendimento”.
Sem diálogo com a comunidade escolar – Pela proposta de ensino a distância do governo, durante a pandemia da Covid-19, os(as) estudantes precisam assistir às aulas pela internet, ou por um aplicativo de celular, ou por canais digitais da TV Record. São serviços privados que foram contratados, sem licitação, por mais de R$ 22 milhões.
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