A greve dos(as) professores(as) e funcionários(as) de escola da rede pública estadual começou hoje (02) e já atinge aproximadamente 50% das escolas de todo Paraná. Para por fim a situação, o Comando Estadual de greve (composto por representantes de cada um dos Núcleos Sindicais da APP) esteve, no início da manhã no Palácio Iguaçu, mas não foram recebidos(as) pelo governador Ratinho Junior (PSD).
Sem nenhum diálogo com o representante máximo do Estado, o Comando tentou buscar junto com o líder do governo, o deputado Hussein Bakri (PSD) solicitando uma mediação para a abertura das negociações. Na sequência, o Comando de greve visitou os gabinetes dos(as) deputados(as) para cobrar soluções para a pauta da categoria.
É greve porque é grave – Sem qualquer diálogo com as categorias, o governador do Estado enviou para a Assembleia Legislativa um projeto que altera as aposentadorias dos servidores e servidoras, elevando a contribuição, o tempo para se aposentar e taxando, inclusive, quem já se aposentou. A PEC 16/2019 tramita na Alep e pode ser votada ainda esta semana. “É um absurdo o governador querer cobrar contribuição de 14% de uma professora que passou quase 30 anos contribuindo com a previdência ou aumentar o tempo de outra professora que se aposentaria no próximo ano e, agora, pode ter que esperar mais 8 anos para se aposentar. O governo, infelizmente, nos empurra para a greve em pleno fechamento do ano letivo. Estamos na luta por direitos e não por ‘privilégios’ como diz o governo para colocar a população contra nós”, afirma o professor Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato.
Outra pauta é a defesa da escola pública. O governo do Estado tenta encerrar o Ensino Médio noturno nas escolas estaduais, impedindo que milhares de jovens possam trabalhar e estudar. “A Secretaria de Educação tem coagido direções e impedido a abertura do 1º ano do Ensino Médio noturno nas nossas escolas. Em três anos, não teremos mais turmas a noite. Onde irão estudar estes alunos? O governo quer privar estes estudantes de ter acesso a educação e não podemos nos calar diante desta situação”, argumenta Hermes.
Outro ataque é sobre estudantes trabalhadores(as) que necessitam da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O governo tenta aligeirar o estudo destes alunos e alunas e pretende encerrar turmas e escolas da modalidade.
Próximas atividades da greve – Nesta segunda(2) professores(as) e servidores(as), principalmente aposentados(as), realizam uma vigília em frente à Catedral de Curitiba a partir das 17h. Na terça (3) um grande ato está convocado. Milhares de pessoas de todo Estado devem participar da mobilização. A concentração será a partir das 9h na Praça 19 de Dezembro, no centro da capital. Em seguida, os servidores seguem em caminhada até a frente do Palácio Iguaçu e acompanham a sessão da ALEP no período da tarde. Às 16h uma assembleia da categoria está prevista para avaliar o movimento.