Documentário Fome de Justiça registra luta contra ataques a educação

Documentário Fome de Justiça registra luta contra ataques a educação

A produção registrou imagens e depoimentos da ação, que durou mais de 8 dias

Para homenagear e memorizar na história a luta dos 47 guerreiros(as) que participaram da greve de fome contra a demissão de cerca de 30 mil trabalhadores(as) da Educação, a APP-Sindicato, em parceria com a QUEMTV Filmes, lançou nesta segunda-feira (14), o documentário “#Fome de Justiça”. A produção registrou a ação dos(as) Professores(as) e Funcionários(as) de Escola que utilizaram seus corpos para resistir contra os ataques incessantes do governador Ratinho Jr.

O documentário apresenta o testemunho dos(as) profissionais e de pessoas que vivenciaram a greve de fome. A ação foi executada como meio para derrubar o edital 47/2020, o qual instituiu mudanças na contratação pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS), sendo eles uma prova em meio a pandemia, a terceirização e a demissão de 9700 Funcionários(as) de Escola contratados(as) pelo regime PSS, além de outras pautas que foram negligenciadas pelo Governador Ratinho Jr e o secretário da Educação, o Empresário Renato Feder. 

O presidente da APP-Sindicato, Professor Hermes Leão, que participou da greve, destaca que o filme além de registrar os fatos verdadeiros da luta, serve para repassar a mensagem de luta destes 47 profissionais que resistiram à negligência do governador e sua equipe. 

“O documentário descreve esse período da greve de fome, mas coloca o desafio de movimento contínuo. Precisamos reforçar a importância das nossas lutas e a necessidade delas diante um governo autoritário. Nós, que participamos da luta, continuamos atuando intensamente nessa perspectiva de não apenas fazer o registro, mas trabalhar com a verdade em cima destes registros”, completa Hermes Leão.

Captação e produção

Todo o documentário foi produzido a partir dos(as) filmmakers Léo Silva e Adri Grittem, que acompanharam os(as) trabalhadores(as) que participavam da greve durante os 8 dias. Segundo os profissionais, todo o trabalho foi dinâmico e com toda a mobilização surgiu a ideia de produzir um documentário. 

“Começamos a gravar para isso, mas ainda sem saber quando a greve terminaria, qual o desfecho e se esse material seria suficiente para um filme desse tamanho. Uma greve de fome é algo muito marcante. Durante os dias que se passaram, vimos essas educadoras e educadores confiantes, cansados, esperançosos, fracos, revoltados. Mesmo cobrindo movimentos sindicais a tanto tempo foi algo que chama a atenção: “O qual determinados esses caras estão para passar dias sem comer por uma causa. E ainda dizerem que sentem mesmo é Fome de Justiça?”, destaca Léo Silva.

O filmmaker aponta ainda que considera que a ação foi uma demonstração de força muito grande da APP-Sindicato e dos(as) profissionais que lutaram durante a greve e que a greve de fome é algo para marcar a história do sindicato, assim como outros momentos que a categoria da educação lutou pelo bem de todos(as). 

“O que define essas pessoas que se organizam para um bem coletivo, não é vencer ou perder uma causa. É sempre estar de pé para dar o próximo passo, prontos e prontas para a próxima batalha. Sem nunca deixar de ter Fome de Justiça”, destaca Léo Silva. 

Luta intensa

A APP-Sindicato, junto com Educadores(as) iniciaram mobilizações em todo o estado no começo de novembro, quando o governador Ratinho Jr. e Renato Feder anunciaram a militarização de 216 escolas no Paraná e a realização de uma prova para PSS.

Em resposta a falta de diálogo com a categoria, que não foi consultada sobre esses projetos nefastos, trabalhadores(as) da educação organizaram atos em frente ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) e o Sindicato se manteve mobilizando em frente ao Palácio Iguaçu para exigir uma reunião com o governo.

Graças a mobilização, no dia 17, representantes do governo se reuniram com a APP-Sindicato para discutir as pautas da categoria. A resposta da gestão desagradou a categoria, que montou acampamento em frente ao Palácio Iguaçu. Já no dia 18, educadores(as) ocuparam a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para exigir mediação no debate com Ratinho Jr.

Após a desocupação, que foi realizada no dia 19, Educadores(as) iniciaram uma greve de fome para denunciar a falta de diálogo e respeito do governador. A greve reuniu 49 educadores(as) que se mantiveram em jejum até dia 26 de novembro, contabilizando 8 dias e mais de 170 horas sem comer. Milhares de pessoas em todo o Paraná se uniram nas últimas 24 horas em jejum e se somaram à mobilização. 

O Documentário está disponível na Fanpage da APP-Sindicato do Facebook e na página da APP-Sindicato no YouTube. Compartilhe e faça com que a mensagem de luta da categoria seja recebida em todo Paraná e Brasil. 

Confira abaixo o documentário completo:


Confira abaixo os(as) companheiros(as) que participaram da greve de fome:

Adriana Mara – Ponta Grossa

 Andriely da Veiga Costa – Araucária

Aparecida Calizario – Curitiba

Camila Lanes – Estudante

Clau Lopes – Curitiba

Daniel Costa Machado – Itaperuçu

Daniel Matoso – Cascavel

Daniele Santos – Curitiba

Edmilson José da Silva – Curitiba

Egnaldo Cesca – Enéas Marques

Eliane Figura – Dois Vizinhos

Élio da Silva – Piraquara

Eliziane Alves – Ângelo Trevisan

Erika Nogueira – Estudante

Eugenia Maria de Andrade Souza- Curitiba

Evandro Mickus – Fazenda Rio Grande

Fabiano Camargo – Guaíra

Felipe Ferreira – Estudante

Fernanda Junqueira – Estudante

Gabriela Berry – Estudante

Helim Leal – Araucária

Igor de Lucca – Estudante

Isabel Andreia Cunha – Curitiba

Jaqueline Marcelino – Pinhais

Jean Ricardo Baptista – Araucária

Jonathan Chasko da Silva – Cascavel

José Sidnei da Silva – Araucária

Leandro Francisco de Paula – Curitiba

Leonardo Costa – Estudante

Lillian de Oliveira – Araucária

Lucélia de Fátima Macedo – Campo Largo

Lucileia Barbosa Augusto – Iporã 

Luzenaide Leal da Silva – Curitiba

Márcia Valéria Fabris – Curitiba

Março Aurélio Gaspar – São João do Trunfo

Maria Aparecida Leal da Silva – Campo Largo

Marilene Lemony – Paranaguá

Meire Rose de Castro – Campina Grande do Sul

Patricia Cardoso Pelim – Fazenda Rio Grande

Paulete Cristiane de Oliveira – Pinhais

Rafael Pires de Mello – Colombo

Reginaldo Santos – Apucarana

Rodrigo Toleda – Paranaguá

Rosangela Anhaia – Ponta Grossa

Rosemari de Jesus – Campina Grande do Sul

Sara Leite – Curitiba

Sheila Cristina –  Curitiba

Taís Adans – Piraquara

Valdecir Vicente dos Santos – Fazenda Rio grande

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