O feminismo é sobre o direito à vida das mulheres. É sobre ser respeitada no local de trabalho, poder emitir opiniões sem medo, ter segurança em casa, ao andar na rua ou no transporte público, se sentir protegida – e não vulnerável – quando procuramos um atendimento de saúde, uma delegacia ou outros serviços. É sobre o direito das mulheres serem vistas como sujeitas de direito em todos os ambientes e situações.
É sobre suas lutas, seus espaços, seus múltiplos gritos pela igualdade, liberdade e autonomia. É sobre ser respeitada.
Pelo que luta o feminismo?
Lutamos contra todas as formas de violência, pela equiparação salarial no mercado de trabalho e pela igualdade de gênero em todas as esferas da vida, bem como pelo reconhecimento das atividades domésticas como trabalho. Além disso, contra o machismo, pela não representação estereotipada e, muitas vezes, sexualizada dos corpos das mulheres, e pelo direito à decisão sobre nossos corpos, entre tantas outras lutas.
Por quem luta o feminismo?
Por todas as mulheres, sejam elas pobres, periféricas, professoras, engenheiras,vendedoras, com trabalhos informais, desempregadas ou concursadas. Pelas negras, pardas e brancas. Pelas transsexuais. Todas elas se beneficiam com a luta feminista.
Um pouco de história
A palavra feminismo tem origem na palavra em latim femĭna, que significa mulher. No campo filosófico, foi difundido como conceito a partir do século XIX, adentrando também aos campos social, político e econômico. A luta feminista não é recente e sempre andou lado a lado a conquistas de direitos como o voto, poder tirar carteira de habilitação e até ter um CPF, por exemplo.
Falar da história do feminismo também é trazer à tona a Marcha Mundial das Mulheres (MMM). Criada a partir da inspiração da manifestação em 1995, em Quebec, no Canadá, quando 850 mulheres marcharam 200 quilômetros, pedindo, simbolicamente, “Pão e Rosas”. A marcha resultou em conquistas como o aumento do salário mínimo, mais direitos para as mulheres imigrantes e apoio à economia solidária.
O poder do feminismo não só na teoria:
– O feminismo salva vidas todos os dias. Salva contra o machismo, violência e feminicídios;
– O feminismo abre portas para a inserção no mercado de trabalho e ainda briga por equiparação de tratamento e salarial, por exemplo;
– O feminismo garantiu que mulheres ocupem cargos políticos e soltem a voz, até então, dominado por homens na sociedade patriarcal.
Datas marcantes
1962 – É criado o Estatuto da Mulher Casada, que permite que as mulheres trabalhem sem a autorização do marido. As mulheres também passam a ter direito à herança e pedir a guarda dos(as) filhos(as).
1974 – Mulheres conquistam o direito de portar cartão de crédito.
1977 – Aprovada a Lei do Divórcio no Brasil.
1979 – Direito às mulheres de jogar futebol (antes a prática esportiva era considerada incompatível com a condição da natureza das mulheres).
1985 – Criação da primeira delegacia da mulher – Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (DEAM), surge em São Paulo.
1988 – A Constituição Brasileira passa a reconhecer as mulheres como iguais aos homens.
2006 – Sancionada a Lei Maria da Penha de combate à violência contra a mulher.
2015 – Aprovada a Lei do Feminicídio; um crime de homicídio qualificado.
2018 – Legaliza-se que importunação feminina é crime.
2021 – Criação da lei para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher.