Nesta segunda-feira (13) e terça-feira (14), visitas de dirigentes da APP-Sindicato nos colégios públicos do Paraná vão marcar o início das atividades do ano letivo para dialogar com o maior número possível de professores(as) e funcionários(as) da rede de ensino. O principal objetivo é mostrar de maneira transparente o que está acontecendo no cenário da educação, e quais os reflexos da Resolução 113/2017, da Reforma da Previdência e da PEC 55.
Um ponto é certo: a educação está sendo prejudicada e os governos Estadual e Federal querem mesmo polemizar e colocar a sociedade contra a categoria, pois não mostram a realidade, e sim o lado “camuflado” induzido nas propagandas das mídias maciças. A resposta da categoria que tanto luta e resiste será a adesão à greve nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), no dia 15 de março. A decisão foi coletiva e a votação ocorreu durante a Assembleia da APP – uma Jornada de Luta e Resistência -, neste sábado (11), em Maringá (11).
Durante a visita ao Colégio Estadual Professor Cleto nesta manhã, em Curitiba (PR), a secretária de Finanças da APP-Sindicato e vice-presidente da CNTE, professora Marlei Fernandes de Carvalho, distribuiu materiais didáticos e pedagógicos, explicando as ações e atividades da entidade. Ganhou destaque a grande Reforma Fiscal do Estado Brasileiro, que congela por 20 anos os investimentos nas políticas sociais, inclusive na educação, e que acabou servindo de aparato para o governo do Paraná – e aos constantes ataques do Beto Richa (PSDB) e da sua equipe -, que justificam usando critérios dessa Reforma e da crise dos cofres públicos.
“A Reforma da Previdência é da escravatura trabalhista. Por isso, a nossa luta é difícil, cruel e complexa. Não podemos perder as nossas forças. O período é contra as maldades governamentais. Qual o motivo de mudar a classificação da aula extraordinária e da hora-atividade se não mexem no financeiro? Estamos sofrendo com os ataques nacionais e no Estado. Ficaremos sem concurso público por 15 anos. Neste sentido, a Confederação está chamando para o fortalecimento e para reverter a situação que significa uma quebra enorme do que temos hoje”, enfatizou a professora.
Marlei Fernandes respondeu diversas dúvidas dos(as) educadores(as) presentes, inclusive sobre as ações judiciais da APP-Sindicato, lembrando que hoje a perspectiva é sobre a liminar (Veja aqui). “Estamos fazendo todos os esforços possíveis. A Secretaria da Educação, na semana passada, fez aquela mudança na Resolução, que na verdade foi uma enganação. Hora-atividade é lei, ilegal é o governo. O Estado diz que os professores mentem e que os atestados médicos são falsos – esse é o parecer do Procurador-Geral”.
Vida real
Professor Omerino Rocha Filho, do Colégio Estadual Professor Cleto, leciona pelo Estado desde 1996, e foi aprovado no concurso público em 2009, e se encontra revoltado para saber quais os critérios que o proíbem de pegar aulas extraordinárias se ficou afastado por motivos de doença. “Há dois anos passei por uma meningite, quase morri, e fui afastado, mas, retornei a trabalhar como padrão e com horas extraordinárias. Porém, ano passado, por toda essa enfermidade tive uma depressão e voltei a ficar afastado. No entanto, no final de 2016, tive alta do médico para voltar à sala de aula. Voltei, fiz o fechamento de notas e provas”, explicou o professor, e agora está indignado com um documento que tem em mãos, emitido pela Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (Seap), com informações da Coordenadoria de Segurança e Saúde Ocupacional, anunciando que não cumpre os critérios para que possam ser atribuídas as aulas extraordinárias em 2017. “Fiquei surpreso quando fui ver a minha situação para pegar as aulas extraordinárias. Agora gostaria de saber baseado em que está sendo atestado isso, se o meu médico avaliou dizendo que estou apto e não fiz nem perícia no Estado. Se posso dar aula padrão qual o motivo de não pegar as extraordinárias? Que avaliação é essa?”, questionou Omerino Filho.
Veja também: