Dirigentes da APP marcaram presença nas escolas da rede pública estadual nesta segunda-feira (20), Dia de Estudo e Planejamento para o segundo trimestre letivo de 2024. Eles(as) aproveitaram as visitas para convidar os(as) educadores(as) a refletir sobre a pauta da categoria em 2024 e também para convocar para a mobilização Plataforma Zero, que acontece na quarta-feira (22).
O dia de Plataforma Zero objetiva denunciar os aspectos nocivos da plataformização do ensino e dar visibilidade à reivindicação de que o uso das plataformas deixe de ser obrigatório, já que a cobrança tem se intensificado neste ano de 2024.
Este será o terceiro dia de Plataforma Zero neste ano – o primeiro foi no dia 29 de abril e o segundo no dia 7 de maio. Os próximos estão programados para 3, 11, 19 e 27 de junho e 5 de julho.
Pesquisa realizada pela APP em julho do ano passado mostra que apenas 16,9% dos(as) professores(as) da rede estadual consideram que as plataformas tecnológicas melhoraram a aprendizagem dos(as) estudantes. Para 40,3%, a aprendizagem piorou.
Os(as) professores(as) identificaram ao menos 20 aplicativos e programas utilizados nas escolas públicas. Parte significativa é de uso obrigatório. A adesão é monitorada de perto pelo governo, que cobra metas e estimula a competição entre escolas com políticas como o “Desafio Paraná”.
Reflexão
O Dia de Estudo e Planejamento é dedicado à interação e debates, em busca de estratégias para melhorar o processo de ensino e aprendizagem. Refletir sobre a pauta da categoria faz parte desse processo.
Nas conversas com os(as) educadores(as) nas escolas, os(as) dirigentes abordam cinco pontos fundamentais da pauta de 2024: pagamento da data-base e do Piso Salarial Profissional Nacional, equiparação e reestruturação das carreiras QFEBs (funcionários(as)) e QPMs (professores(as)), fim do desconto previdenciário para aposentados, fim da pressão e punições pelo uso das plataformas e não à privatização de escolas.
A correção de distorções nas carreiras é inadiável. As mudanças feitas no final do ano passado desconsideraram as sugestões da APP em debates com a Secretaria de Educação. A APP defende que a tabela dos Agentes II deve ser, no mínimo, igual à dos(as) QPPE.
A APP reivindica também o reenquadramento dos QFEB por tempo de serviço – assim quem está perto da aposentadoria não será prejudicado(a) por não haver tempo para progredir até o final da carreira; a contagem do tempo em outros vínculos no cálculo do reenquadramento e o fim da trava de três promoções para reenquadramento.
Outro ponto importante é a questão do porte de escola. Mudanças feitas neste ano levaram o caos à rede estadual. Com a definição dos novos portes, há escolas com turno sem direção auxiliar e com poucos(as) funcionários(as) para dar conta de todo o trabalho.
Terceirização
Importante também é a reflexão sobre a terceirização do trabalho dos(as) funcionários(as) de escola. A APP avalia que a terceirização deu errado e tem que acabar. A Secretaria de Educação transformou as escolas numa mina de dinheiro para empresários e de precarização para os(as) educadores(as).
O processo começou com a extinção dos cargos de funcionários(as) de escola em abril de 2020, iniciando a terceirização em plena pandemia de Covid-19, um mês após o início do isolamento social. Essa terceirização custou mais aos cofres públicos e reduziu o número de trabalhadores(as) nas escolas, além de se notabilizar pelo desrespeito a direitos trabalhistas, calotes das empresas e sobrecarga de trabalho.
A APP defende a volta dos cargos de agente educacional e a realização imediata de concurso público para Agentes I e II. No que diz respeito aos(às) professores(as), a APP defende a ampliação do chamamento de aprovados(as) no concurso de 2023.
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