A APP-Sindicato busca, todos os dias, melhorar as condições de trabalho de professores(as) e funcionários(as) de escola. Um dos problemas que têm afetado muito o dia a dia das escolas públicas é o excesso de burocracia e a falta de profissionais para gerir os recursos e fazer a prestação de contas ao governo do Estado. O deputado professor Lemos ouviu muitas das reclamações que chegam ao Sindicato e também as propostas da direção estadual da APP sobre como soluções simples poderiam facilitar a vida dos educadores(as) que desempenham funções administrativas. Hoje, na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), uma audiência considerou as propostas da APP sobre o tema.
A sessão, proposta pelo mandado do deputado estadual Professor Lemos, tratou da gestão do recurso público nas escolas e contou com a presença do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), instituição que coordena as finanças e cria as regras de prestação de contas. “A APP trouxe as reclamações e sugestões que temos dos diretores e dos funcionários de escola que participam da execução da gestão do serviço público e, principalmente, falamos sobre a questão da falta de pessoal nas escolas”, apresenta a secretária de Finanças da APP-Sindicato, professora Walkiria Mazeto.

Walkiria, que já foi diretora de escola, destaca que “a grande maioria das escolas paranaenses é de pequeno e médio porte. Somente nas escolas maiores é que há um funcionário designado para fazer este trabalho de administração do Fundo Rotativo. Nos demais locais, é o diretor que acumula esta função. A gente vem hoje denunciar que essa burocratização e falta de pessoal acaba dificultando o trabalho pedagógico nas escolas”, evidencia.
Para a APP, a situação de falta de profissionais nas funções administrativas e financeiras é um grave problema estrutural. “É uma questão que sai da esfera burocrática e atrapalha o andamento pedagógico. Temos diretores sobrecarregados. Queremos a transparência na gestão, mas também o cuidado com estes profissionais e com o trabalho desenvolvido nas escolas”, reforça a secretária Educacional da APP, professora Taís Mendes.
O Sindicato propõe que cada escola tenha um agente educacional II, concursado, trabalhando exclusivamente para prestação de contas. “É fundamental que esse profissional ingresse pelo concurso público. Porque hoje, outro agravante é que a função administrativa é feita por PSS ou seja: cada ano é um profissional diferente que é desligado da sua função todo mês de dezembro, época onde o trabalho de prestação mais pesa”, salienta a secretária de Funcionários(as) da APP, Nádia Brixner.

Poucos funcionários(as), muitas exigências – A funcionária de escola Cristiane Pereira da Silva, trabalha em Curitiba em um Colégio com mais de 3.000 estudantes e 150 educadores(as) divididos(as) em três turnos. Para manter o funcionamento da estrutura sempre em ordem, Cristiane é responsável por fazer os orçamentos, solicitar as licitações e organizar os recibos de prestação de contas. Ela conta um pouco sobre a rotina de trabalho. “É precária a situação. O colégio é muito antigo, tudo está estragando ou já estragou. Passo o dia fazendo orçamentos e procurando profissionais que, nem sempre são os mais baratos, mas que fornecem os recibos com as especificações que o governo quer. Se quebra uma torneira no banheiro, tenho que fazer três licitações, verificar para saber se tudo está nos conformes. É um trabalho necessário, mas bem burocrático. Se, para a gente já é difícil, imagina nas escolas menores, onde o diretor é que faz isso?”, indaga a educadora.
Da sessão, a APP-Sindicato saiu com o compromisso de que os encaminhamentos serão levados(as), pelos deputados(as) que compõem a Comissão de Educação da Alep, ao governo. “Apresentem também, este documento aos pré-candidatos [às eleições]. Eles precisam saber sobre as necessidades da educação e as demandas da APP são legitimas, são vocês que representam a educação”, endossa o deputado estadual de membro da Comissão, Anibelli Neto.
Para o deputado estadual professor Lemos, essa é uma das formas de buscar melhorias no cotidiano escolar. “Vamos fazer esse documento para demonstrar as dificuldades para comprar qualquer material e para prestar contas. O que nós e a APP queremos é facilitar a vida do professor e do funcionário”, assegura o deputado.
Participaram da sessão pública: os deputados estaduais Hussein Bakri (PSD), Anibelli Neto (PMDB) e Profesor Lemos (PT). Os dirigentes estaduais da APP Taís Mendes, Nádia Brixner, Ralph Wendpap, Joselisa Magalhães, Elizamara Goulart, Walkiria Mazeto e Cleiton Denez e o diretor financeiro-administrativo do Instituto Fundepar, Nereu da Silveira.