Comprometer a vida dos trabalhadores para beneficiar os bancos. Essa é uma das conclusões da coordenadora de pesquisas do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Patrícia Pelatieri, após analisar todos os pontos da Proposta de Emenda Constitucional nº 6/2019, do governo Jair Bolsonaro (PSL), que altera o sistema previdenciário brasileiro.
Segundo a pesquisadora, a proposta do governo visa acabar com o sistema de proteção atual e jogar o trabalhador para a individualidade. “O indivíduo que tiver a capacidade contributiva vai fazer a sua poupança para a velhice, com uma série de riscos. E aí, a gente tem vários exemplos paras citar do sistema de capitalização individual e que não deram certo. Não foi só no Chile”, ressalta.
Patrícia explica que, na prática, o governo quer privatizar um fundo público bilionário e entregá-lo ao sistema financeiro. “Os grandes favorecidos são os bancos, que vão colocar a mão por décadas nesse fundo bilionário. No Chile, as seis instituições que fizeram o modelo de capitalização lucraram bilhões, enquanto a aposentadoria dos trabalhadores ficou muito abaixo do esperado”, destaca.
A pesquisadora também interpreta que Bolsonaro quer fazer uma reforma constitucional sem uma Assembleia Constituinte. “Ele trata a maior política de proteção social como um problema fiscal, como um problema de despesa – porque é disso que se trata a proposta de reforma”, analisa.
As informações são Juca Guimarães, para o Brasil de Fato. Leia a íntegra aqui.