Desmonte da educação pública está em pauta pelo FEPE-PR APP-Sindicato

Desmonte da educação pública está em pauta pelo FEPE-PR

Representantes de universidades, entidades sindicais e estudantes reunidos(as) nesta manhã (19) para debater o cenário atual

Foto: APP-Sindicato

“O desmonte das Políticas Educacionais Nacional e Estadual” norteou a roda de conversa nesta terça-feira (19), no Campus Rebouças da Universidade Federal do Paraná, convocada pelo Fórum Estadual Popular de Educação do Paraná (FEPE-PR). O encontro contou com a participação de representantes de universidades, entidades sindicais e estudantis integrados(as) na pauta e preocupados(as) com o cenário da educação brasileira mediante a política atual brasileira.

Temas centrais da educação e das políticas públicas foram abordados pelos(as) palestrantes nesta oportunidade de diálogo e de diagnóstico contra as imposições que são verdadeiros retrocessos ao panorama da educação pública impetrados pelos governos nacional e estadual. Assim, tem-se um dos objetivos do FEPE-PR como um espaço voltado para que a educação pública realmente seja para todos(as), gratuita, plural, laica, desmilitarizada, democrática, sem violência, de qualidade, integral e com profissionais valorizados(as).

Segundo a secretária de Finanças e integrante da mesa de debate, professora Walkiria Olegário Mazeto, o FEPE-PR deve acompanhar o calendário nacional de lutas organizado pelo Fórum Nacional Popular de Educação. “Aqui no Paraná organizamos o Fórum Estadual Popular de Educação em alinhamento ao Fórum Nacional. Hoje, foi uma plenária deste fórum e tivemos uma mesa com representações dos institutos e universidades federais – e pelo estado tinha a educação básica e os estudantes, além do ensino superior”.

Durante a reunião, foi feito um panorama dos ataques e de como será a organização no estado do movimento de resistência e de defesa da educação pública. “Nós tiramos então que cada entidade ou movimento tem uma agenda de luta até o fim do ano. Esta agenda será compartilhada para ter a mobilização dos vários setores na construção da resistência, seja do ensino superior, dos institutos, da educação básica e dos estudantes. No dia 25, aqui no Paraná, teremos a Audiência Pública sobre o Financiamento da Educação do Fundeb. No dia 27, vamos ter o Dia Nacional de Defesa do Fundeb e também o boicote à Prova Paraná”, enfatiza Walkiria Olegário.

Walkiria destacou ainda que será realizada uma sessão plenária do Fórum no início do ano que vem para estabelecer toda a metodologia de trabalho por grupos de trabalhos temáticos , como existe no Fórum Nacional e estabelecer uma pauta do Fórum Paranaense. 

Para ler e refletir algumas proposições:

– Professora Andrea Gouveia, ANPEd/UFPR: “Pensar como organizar a análise da configuração nacional. Listo pontos como do financiamento e a execução do Ministério da Educação (MEC) que tem algumas características que se unem ao governo federal conservador com o corte dos recursos, executando apenas os obrigatórios. Precisamos ver uma ação de fortalecimento para a educação como ciência”.

– Professor Nilton Brandão, PROIFES/SINDEDUTEC/IFPR: “Grandes ataques que a educação está sofrendo, por isso, a importância de um Fórum Estadual também, assim como o Fórum Nacional Popular. Na luta insana que estamos fazendo com este governo federal, temos trabalhado muito junto com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), e o Fórum precisa se tornar um ponto de convergência das entidades de pautas conjuntas. Nenhuma entidade hoje consegue fazer nada isoladamente”.

– Professora Walkiria Mazeto, APP-Sindicato: “Faremos algumas reflexões neste espaço para tentar construir alternativas para pensar um projeto educacional, financeiro e de sociedade. Hoje a educação e outros serviços públicos estão sendo vistos como mercadoria neste governo de privatização”.

–  Professora Lilian Porto, ADUNIOESTE/UNIOESTE Cascavel: “Estamos com a negação do estado, do serviço público e da política pública. Hoje temos o pensamento conservador nas universidades e na educação. Temos o desmonte da modernidade, e é assustador quando se vê isso nas universidades, pois deveria-se defender o pensamento científico da ciência e da lógica. Temos um ponto de vista desumanizador com um verniz democrático”.

– Wellington Tiago, UPES: “O investimento para a educação era estimado em R$ 500 bilhões, porém, já foi anunciado que será muito menos para o ano que vem, representando uma queda de 54% para a educação. E, ainda, tem a pauta do fim do Fundeb que está em discussão, mas prestes a acabar. Cortes na educação e sem visão de esperança pelo governo é o que temos, ou seja,  a educação sofre repressão. Perseguir as universidades e os movimentos estudantis é o que o governo faz”.

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