Debates sobre estratégias para reverter ataques contra a educação pública avançam no 14º Congresso Estadual da APP

Debates sobre estratégias para reverter ataques contra a educação pública avançam no 14º Congresso Estadual da APP

Educadores(as) avaliam e discutem as políticas permanentes que vão compor o plano de lutas da categoria para os próximos quatro anos

14º Congresso Estadual da APP - Foto: Altvista / APP-Sindicato

O segundo dia do 14º Congresso Estadual da APP-Sindicato começou com apresentação da tese de referência do plano de lutas da categoria para os próximos quatro anos. O texto será debatido ao longo desta sexta-feira (12) pelos(as) delegados(os), professores(as) e funcionários(as) de escolas de todas as regiões do Paraná, que participam do encontro até amanhã (13), em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.

Dirigentes destacaram os elementos centrais sobre as conjunturas internacional, nacional, estadual e educacional, sindical e balanço de gestão da atual diretoria do sindicato. Em seguida, os(as) mais de 700 participantes se reuniram em grupos de trabalho para discussão e deliberação de emendas relacionadas às políticas permanentes que integram a atuação educacional, política e sindical da APP-Sindicato.

A secretária de Assuntos Jurídicos da APP e vice-presidenta da CNTE, Marlei Fernandes, ressaltou as ameaças resultantes da ascensão da extrema-direita no Brasil e no mundo. De acordo com a dirigente, esse grupos buscam acabar com as democracias, estabelecem uma lógica capitalista em contraposição a uma sociedade de desenvolvimento, além de promover a revogação de direitos sociais e a desregulamentação do trabalho. 

“Cabe a nós vencer a extrema-direita, mudar essa sociedade capitalista ao máximo que pudermos para conseguir avançar na construção de um mundo mais democrático e solidário. Cabe a nós empunhar as nossas bandeiras de luta, como a manutenção dos Estado Democrático de Direito, avançar nas lutas sociais, derrotar o rentismo, organizar a categoria, os movimentos sociais e ir para nossas vitórias”, declarou.

Marlei Fernandes, secretária de Assuntos Jurídicos da APP-Sindicato e vice-presidenta da CNTE – Foto: Altvista / APP-Sindicato

A secretária de Organização da APP, Sidineiva Gonçalves de Lima, pontuou que o governo Ratinho Jr. (PSD) gasta bilhões com propaganda para vender ao restante do país uma imagem de que seu governo seria inovador, moderno, por registrar saldo de recursos em caixa. Para a dirigente, esse discurso é produzido às custas da negação de direitos do funcionalismo, privatizações e precarização das condições de trabalho.

“Nós sabemos que esse discurso neoliberal não é fruto de uma gestão inovadora, mas de ataques aos servidores públicos e, principalmente, na educação, na retirada de direitos, falta de concurso público, não implantação da nossa data-base. Então, a gente precisa entender que é um projeto mercantil ideológico, que faz necessário que a gente reafirme o modelo de educação que nós queremos. Uma educação que atenda os nossos filhos e filhas da classe trabalhadora, que inclua a diversidade, que tenha a gestão democrática, e isso nós vamos defender o tempo, em todos os lugares”, disse.

Sidineiva Gonçalves de Lima, secretária de Organização da APP-Sindicato – Foto: Altvista / APP-Sindicato

A secretária de Assuntos Municipais, Marcia Aparecida de Oliveira Neves, abordou a conjuntura sindical, lembrando que a precarização das relações de trabalho e o ataque às entidades sindicais não é uma novidade. Segundo a dirigente, outras categorias já passaram pelo processo de desmonte do financiamento de suas entidades de luta e, nos últimos anos, essa situação avançou sobre a organização dos(as) servidores(as) públicos.

“Tem um dado que diz para gente que 50% das greves entre 2020 e 2021 tiveram menos de dois dias de duração. Essa é a dificuldade que se impõe, esse novo fazer que se impõe dentro dos sindicatos. E quem está aqui hoje são essa vanguarda sindical. Então é com esse entendimento que a gente vai trabalhando esse novo fazer e esses novos desafios”, declarou.

Marcia Aparecida de Oliveira Neves, secretária de Assuntos Municipais da APP-Sindicato – Foto: Altvista / APP-Sindicato

A presidenta da APP, Walkiria Olegário Mazeto, retomou os elementos apresentados nas palestras realizadas no primeiro dia do Congresso, sobre os impactos da agenda neoliberal nas vidas dos(os) trabalhadores(as) da educação e que afetam o espaço sindical, de organização da categoria, para introduzir sua fala sobre balanço da atual diretoria da APP-Sindicato. 

Para a presidenta, como o governo não conseguiu atingir a parte financeira e estrutural da entidade, tem adotado iniciativas para tentar criminalizar a atividade sindical. Em contrapartida, ela afirmou que a APP se mantém firme e forte reafirmando o compromisso com uma educação pública de qualidade e também com uma democracia onde tenha a liberdade de construir políticas pública que favoreçam a população e a classe trabalhadora. 

Walkiria Olegário Mazeto, presidenta da APP-Sindicato – Foto: Altvista / APP-Sindicato

“Mantemos firmes a nossa luta do direito dos trabalhadores e trabalhadoras e da sua condição de trabalho. Isso foi demonstrado na nossa greve, que mostrou a nossa força, que essa entidade tem princípios e continua lutando por ele, pela educação pública de qualidade, pela não terceirização dos nossos funcionários e funcionárias, professores e professoras, e pelo direto da população acessar uma educação de qualidade, gratuita, referenciada socialmente”, explicou. 

>> Saiba mais: Confira a programação completa do 14º Congresso da APP-Sindicato

Pautas permanentes

Além das pautas específicas relacionadas às condições de trabalho, o plano de lutas é composto por diretrizes que orientam a atuação sindical nas políticas permanentes de funcionários(as) da educação, aposentados(as), municipais, saúde do(a) trabalhador(a) em educação, relações étnico-raciais, mulher trabalhadora, direitos LGBTI+ e juventude. Para a APP-Sindicato, são demandas importantes e que estão relacionadas diretamente com o modelo de educação defendido pela categoria para a construção de uma sociedade justa para todos(as) e uma educação de qualidade e que valoriza o acolhimento, a diversidade e a pluralidade.

Foto: 14º Congresso Estadual da APP- Altvista / APP-Sindicato
Foto: 14º Congresso Estadual da APP- Altvista / APP-Sindicato
Foto: 14º Congresso Estadual da APP- Altvista / APP-Sindicato

>> Fotos: Confira os álbuns de fotos do 14º Congresso Estadual da APP-Sindicato

O 14º Congresso Estadual da APP-Sindicato começou ontem (11). O encontro é um dos maiores eventos do país sobre educação. Mais de 700 professores(as) e funcionários de escolas de todas as regiões do Paraná participam da programação que vai até sábado (13), no Expotrade Convention Center, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Derrotar o projeto “Parceiro da Escola”, proposto pelo governador Ratinho Jr. para privatizar escolas públicas, é uma das pautas que serão debatidas.

:: Leia também

>> APP lança movimento “Não Venda a Minha Escola” durante 14º Congresso Estadual

>> Ataques à educação pública no Paraná são parte de movimentação global para privatizar escolas 

>> 14º Congresso da APP reúne mais de 700 educadores(as) para planejar enfrentamento aos ataques contra a educação pública

Isso vai fechar em 5 segundos

MENU