De volta aos tempos do império: sobrenomes ainda governam o Paraná

De volta aos tempos do império: sobrenomes ainda governam o Paraná


Foto: Aline D'avila de Lima

Richa, Belinatti, Dias e Barros são nomes conhecidos para a maioria da população. Essas famílias, além de representatividade política, carregam também histórias de poder e uma enorme influência na vida dos(as) paranaenses. Para entender a relação da classe dominante paranaense com o trabalho de organização, resistência e luta da APP-Sindicato, ao longo dos últimos 70 anos, é que professores(as) e funcionários(as) de escola acordaram cedo para ouvir a palestra de abertura do segundo dia da etapa estatutária do XII Congresso da APP.

O professor Ricardo Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), foi o convidado da manhã e expôs aos(às) quase 800 participantes sobre como a concentração de riquezas e de cargos políticos nas mãos de algumas poucas famílias afeta a forma de fazer política e gerir serviços básicos como a educação pública. Também salientou o papel destes grupamentos na conjuntura atual do Paraná e do Brasil. Para Ricardo, são justamente estas famílias que estão ligadas às principais organizações que financiaram o golpe no país e atuam para a aprovação de medidas no congresso nacional que visam a retirada de direitos dos(as) trabalhadores(as).

meiocortada“Em Maringá: família Barros. Em Clevelândia e Palmas: são os Rossoni. Aí você vai em Guarapuava e tem os Ribas Carli. Em Curitiba, família Macedo. Em Londrina, a família Belinatti e Richa, Em Guaratuba, a família Justus. Já vocês são trabalhadores, são intelectuais, sindicalistas e a vida profissional de vocês está a mercê deste sistema, desta reverência à essas famílias. Todas as decisões relacionadas a carreira de vocês, ao trabalho de vocês nas escolas e no Sindicato,passa por eles”, apresentou o professor.

A história da APP-Sindicato não tem o respaldo de um grande sobrenome, ao contrário, são milhares de Veras, Anas, Marias, Antônios, Josés e Aparecidos que fazem a luta diária e incansável para a manutenção dos direitos de carreira e de uma educação pública de qualidade, acessível e emancipadora para todos(as) os(as) paranaenses. “A elite é uma classe social com nome, sobrenome, história e vinculo social profundo com o Estado. Se você quer entender quem é rico, quem é poderoso no Paraná, você precisa entender a relação destes núcleos com a política. Mas são vocês que incomodam os golpistas. Beto Richa, com certeza, dorme e acorda pensando nos professores”, analisa sociologicamente o professor.

Na segunda parte da manhã, os(as) delegados seguem para os trabalhos em grupo. Cada um dos 10 grupos irá analisar as propostas de emendas ao Estatuto da APP-Sindicato. À tarde, os(as) congressistas continuam as atividades sobre o Estatuto do Sindicato.

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