De: Beto Richa Para: Paranaenses

De: Beto Richa Para: Paranaenses


Era sabido que 2014 seria um ano desafiador para os(as) educadores(as). Nas primeiras semanas do ano, a direção estadual da APP-Sindicato já lidava com um governo taxativo em relação à pauta de reivindicação dos(as) trabalhadores(as): nada que envolvesse recursos financeiros seria pago ao funcionalismo público, o cenário apontava então a necessidade de mobilização. A categoria mostrou sua força com a organização de uma das maiores paralisações que o Paraná já viu. Foram 7 dias de greve, no mês de abril, com mais de 90% das escolas públicas estaduais fechadas e de professores(as) e funcionários(as) realizando um intenso trabalho de mobilização em Curitiba e em todo Paraná.

Ao longo desse ano a categoria continuou mostrando sua força organizativa. Trabalhadores(as) em educação fizeram vigílias, uma série de reuniões com o governo, reuniram-se em audiências públicas, realizaram passeatas, protestos; acamparam em mobilizações, escolheram seus novos representantes sindicais, realizaram campanhas nas escolas, organizaram-se em manifestações de âmbito estadual e nacional, ocuparam a assembleia e até foram agredidos fisicamente enquanto buscavam, pacificamente, que seus direitos de trabalhadores(as) não fossem violados.

No saldo das ações, conquistas e retrocessos podem ser contabilizados. Avançou-se na implantação do direito à hora-atividade, no aumento do valor do auxílio-transporte pago aos(às) funcionários(as), no pagamento dos atrasados com promoções e progressões (referentes ao período 2012/2013), na realização de um novo concurso para agentes educacionais (previsto para o início de 2015), no fim do desconto do auxílio-transporte quando por motivo de saúde, no reajuste do piso (conforme definido pelo MEC) e na continuidade nas negociações sobre melhorias na carreira dos PSS, na criação do Novo Modelo de Saúde e no enquadramento de aposentados(as).

Se por um lado o trabalho intenso do Sindicato e a união da categoria serviram para o avanço nas negociações, o fortalecimento do governo neoliberal com a reeleição de Beto Richa assinalou que alguns cenários desfavoráveis à classe trabalhadora serão reforçados. O fechamento das turmas de Educação de Jovens e Adultos, da Educação do campo e de assentamentos indígenas, o cancelamento da escola democrática para diretores(as) de escola e, por fim, a aprovação na Assembleia Legislativa do Estado (Alep) do ‘Pacotaço de Natal’ (Veja a matéria das páginas 4 e 5)  demonstram, claramente que as prioridades do atual governo do Estado vão contra aos interesses dos(as) trabalhadores(as) e da luta da APP-Sindicato na construção de uma educação pública de qualidade com acesso para todos e todas.

A categoria e a sociedade Paranaense receberam um presente não muito afável e sentirá o aumento no custo de vida, além das dificuldades com a sequente desvalorização com a educação. Em resposta, a categoria oferecerá algumas de suas melhores qualidades, a capacidade de união, organização e enfrentamento ao desrespeito com os(as) cidadãos(as).

Matéria publicada no Jornal 30 de agosto edição 197

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