Se parte da população tinha dúvidas sobre os riscos do negacionismo, os dados mais atualizados demonstram o perigo da não vacinação contra a Covid-19.
É o que mostram as informações do portal OpenDataSUS, que foi reestabelecido na última semana, após quase um mês de apagão.
Em matéria publicada nesta terça-feira (25), o portal Bem Paraná acessou o Banco de Dados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e os números são alarmantes.
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Os dados referentes a dezembro, registrados pelo Paraná em que os(as) pacientes precisaram de internação (tanto em leito clínico como em UTI) e tiveram quadros confirmados de Covid-19, demonstram que das 386 fichas de pacientes analisadas, 203 chegaram a ser internados numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI), apresentando quadros mais graves da doença pandêmica.
Segundo a análise, entre os(as) pacientes internados(as) ou que precisaram utilizar leitos hospitalares, 148 não haviam tomado nenhuma dose da vacina contra a Covid-19, 70 não informaram o status vacinal e 49 não haviam tomado as duas doses da vacina contra a Covid-19.
Desta forma, dos(as) 386 pacientes hospitalizados no estado ao longo do último mês, 267 – o equivalente a 69,2% do total – não estavam imunizados contra a doença, não informaram se haviam tomado a vacina ou não haviam completado o ciclo vacinal.
Negacionismo e a morte de mãos dadas
Como já era de esperar, aqueles(as) que não se vacinaram ou não completaram o ciclo de imunização são aqueles(as) que enfrentam os quadros mais graves da doença.
Dos(as) pacientes que necessitam de um atendimento em uma UTI, 81 não tomaram nenhuma dose da vacina, 49 não informaram o status vacinal e 18 não chegaram a tomar as duas doses do imunizante.
Assim, dos(as) 203 pacientes que foram internados e demandaram cuidados intensivos ao longo do último mês, 148 não haviam, possivelmente, sido imunizados contra a Covid-19, o equivalente a 72,9% dos(as) pacientes que foram parar na UTI.
O mais assustador é que, na análise da ficha dos(as) 386 pacientes hospitalizados com Covid-19, foram notificados 152 óbitos.
Entre as vítimas desta doença terrível (que certos políticos apontavam que era apenas uma gripezinha), 66 não estavam vacinadas, 40 não informaram o status vacinal e 12 haviam tomado apenas uma dose do imunizante.
Isto significa que do total de mortes notificadas no mês de dezembro, 77,6% eram de pessoas que não completaram o ciclo de imunização.
Estudantes em risco?
O apelo descabido de setores reacionários e terraplanistas da sociedade, na tentativa de boicotar a vacinação de crianças e adolescentes, converte o discurso em arma de destruição em massa.
Conforme já noticiado pela APP-Sindicato, a alta taxa de transmissão no Paraná e a baixa cobertura vacinal entre crianças e jovens podem transformar as escolas públicas paranaenses em propagadoras da doença.
Permitir o retorno das aulas sem que pais, mães e responsáveis apresentem o comprovante de vacinação, é trabalhar a favor do vírus e contra a saúde de estudantes, educadores(as) e familiares.
Por isso a APP-Sindicato enfatiza a necessidade da exigência do comprovante da vacina na volta às aulas.
Somente a ampla cobertura vacinal, juntamente com testagens em massa e o reforço com os cuidados sanitários podem reduzir esse quadro no país.
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