A Praça Santos Andrade, no centro da capital paranaense, foi palco de um grande espetáculo, neste 1º de maio. Não só pelo os shows de Beth Carvalho, Ana Cañas, Maria Gadú e Renegados, mas também pela garra dos mais de 20 mil trabalhadores e trabalhadoras que participaram do grande ato unificado em prol da democracia do país.
Em uma ação inédita, as sete maiores centrais sindicais do Brasil, entre elas a CUT (à qual a APP-Sindicato é filiada) protagonizaram uma grande mobilização em defesa dos direitos da classe trabalhadora, tão marginalizada em atacada em seus direitos, neste último período.
Educação e Democracia – A APP-Sindicato acredita que uma educação pública de qualidade só é possível quando os(as) direitos(as) dos(as) cidadãos são respeitados. O direito à liberdade de expressão e do respeito à Constituição Federal são apenas alguns dos princípios que estão em risco e isso implica na estagnação da carreira, em governantes que não respeitam as leis (como a da data-base e a Lei Nacional do Piso) e que absurdos, como a perseguição e punições à professores(as), funcionários(as) e lideranças contrárias ao neoliberalismo, sejam considerados normais e até aplaudidos por parte da sociedade. A Lei da Mordaça, o lançamento das faltas por greve – que atrapalharam a carreira de milhares de educadores(as) – e o Massacre do 29 de abril estão aí para lembrar que a educação e a democracia precisam continuar a caminhar de mãos dadas.
A professora aposentada Aurenice Trentin Pinheiro, veio de Paranaguá para participar do ato desta terça-feira. “Estou aqui porque acredito ainda na democracia. Tenho a esperança que este país irá retornar para o caminho e que nós vamos ter orgulho de dizer que somos brasileiros. E que meu filho, minha filha e os filhos de todos os trabalhadores possam entrar em uma universidade pública de qualidade e que a gente possa andar na rua tranquila, sendo negro, branco, gay, lésbica. Que a gente possa voltar a ter este sonho!”, emociona-se a professora.
A participação da APP no ato foi definida na última assembleia porque a categoria acredita que somente com união e resistência diária, os(as)trabalhadores(as) conseguirão fazer frente aos ataques nacionais e regionais.”O primeiro de maio ganhou um contorno histórico porque assinala um período de golpe sobre os direitos do povo brasileiro, de ataques à democracia brasileira. É um período em que os trabalhadores deveriam estar comemorando os 75 anos da CLT, mas que estamos aqui, justamente para denunciar o governo que ao invés de aumentar direitos vem reduzindo direitos”, evidencia o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão.