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Viralizou. Críticas da APP-Sindicato a um material de apoio disponibilizado pela Seed para as aulas de Educação Financeira explodiram nas redes sociais entre quinta (9) e sexta-feira (10). O PDF, enviado por educadores(as) indignados ao Sindicato, trazia slides estigmatizando a pobreza e culpabilizando estudantes pela sua condição social.
Senhoras e senhores: material de apoio de educação financeira para o 6° ano da rede estadual do Paraná (Educação Integral).
Estigmatização da pobreza. Glorificação do dinheiro. Total ignorância sobre a realidade dos estudantes da escola pública. + pic.twitter.com/KqPWrWn2S3
— APP Sindicato (@appsindicato) February 9, 2023
Imediatamente após a publicação, a Secretaria da Educação informou que o material – destinado a estudantes do 6° ano da Educação Integral, seria removido e os conteúdos da disciplina seriam revisados. “Os slides não refletem a visão da secretaria sobre educação financeira. A ideia é educar financeiramente os alunos, não rotular, julgar ou dividir as pessoas”, afirma a Seed.
Quem escreveu este material de apoio leu Pai Rico e Pai Pobre achando que é educação financeira.
São conteúdos assim que luto contra todos os dias para não chegar aos nossos pequenos. https://t.co/yOkX48B8gs— Nath Finanças 💰 (@nathfinancas) February 10, 2023
Até o fim da manhã desta sexta-feira (10), o fio no twitter já ultrapassava as 300 mil visualizações, sendo compartilhado por diversos influenciadores(as) e contas verificadas.
Profundo feito um pires
Logo que tomou conhecimento dos materiais de apoio aos alunos do sexto ano, a APP se posicionou contra o enfoque que vende a ilusão de que é possível sair da miséria apenas com força de vontade. “Ideologia de herdeiro, autoajuda barata e coach quântico substituindo as ciências sociais e o debate real sobre as raízes da pobreza. A profundidade de um pires”, publicou a APP.
O Sindicato também registou que a proposta desastrosa de educação financeira é “Cortesia da BNCC e de consultorias externas. Um desastre.” Portais nacionais, como o UOL, também repercutiram a notícia.
Coach não é educador(a)
O material, elaborado por um profissional que se autointitula “consultor e coach sistêmico” compara “mentalidades” de “pobres” e “ricos”. Uma das diferenças, segundo o card, é que os primeiros “trabalham pelo dinheiro”, enquanto os outros “fazem o dinheiro trabalhar”.
Indignação
Muitos internautas manifestaram indignação com o material de apoio. “Velha groselhada coach de quem quer faz, meritocracia e pensamento de chefe… só farão as crianças se sentirem incapazes e não apontam as verdadeiras raízes da pobreza e das desigualdades. é pavoroso que o governo aceite essa espécie de pseudo ciência para nossas crianças”, publicou um internauta.
“Que ideia mais distorcida de ensinar isso as criancas. Há tantos problemas nessa única frase “faz o dinheiro trabalhar pra vc” . Dinheiro como um ser vivo capaz de trabalhar. Outro ponto, na miséria não há dinheiro, Se vc não tem $ como ele vai “trab pra você?”, registra outra publicação no Instagram
“@ratinho_jr sempre na incompetência inata para o governo e na competência bem desenvolvida pra acabar com a educação do estado”, “Jajá vai ter pastor coach dando aula”,
“Patacoada sem igual…. Preocupados em formar para o capitalismo. O que queremos do ensino escolar é a pergunta que fica”, “Pura ideologia burguesa de direita. O dinheiro trabalha sozinho sem mais-valia”, reclamam outros paranaenses no Instagram.
“E se a APP não denuncia, a gente nem fica sabendo desse tipo de vergonha… e o pior, substitui o professor por um monte de vídeos motivacionais, como se a pobreza dependesse única e exclusivamente do indivíduo… onde fica o conhecimento?!”, registra uma professora.