Contra calote de Richa, educadores iniciam greve

Contra calote de Richa, educadores iniciam greve


Dois mil educadores(as) participaram da assembleia estadual da APP-Sindicato que definiu que haverá greve geral na rede estadual da educação pública do Paraná, a partir da próxima segunda-feira (17).

Depois do debate esgotado à exaustão dos argumentos favoráveis e contrários à greve, a ampla maioria dos(as) educadores(as) presentes decidiu em votação que é preciso dar uma resposta à forma como o governador Beto Richa ataca a educação pública estadual, depreciando as ações do Sindicato, desvalorizando o trabalho dos(as) educadores(as) e passando por cima também dos direitos dos(as) estudantes.

O estopim da deflagração foi o governo ter voltado atrás no seu compromisso de pagamento da data-base para janeiro de 2017, conforme conquista da última greve da categoria, enviando à Assembleia Legislativa uma proposta que suspende o pagamento do direito e condiciona o pagamento das promoções e progressões (são mais de 600 milhões em atraso) às sobras do caixa do Estado.

A Mensagem de Lei 043/2016 é uma afronta à carreira dos(as) trabalhadores(as) em educação.“Uma assembleia tão numerosa em um feriado mostra a nossa disposição para as lutas. O governo do Paraná já debateu conosco, já se comprometeu e não vem sustentando suas promessas, inclusive com a proposta de retirar a nossa data-base. Somos a categoria com os mais baixos salários. Será uma greve forte nas mais de duas mil escolas do Estado do Paraná”, reforça o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão.

Pauta da greve – Na pauta de reivindicações desta greve está a retirada das emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o pagamento das dívidas com os(as) educadores(as). Confira a pauta completa:

  1. Retirada das emendas da LDO contidas na mensagem 43 que afetam o cumprimento da data-base;
  2. Implantação e pagamento dos atrasados das progressões e promoções;
  3. Equiparação do salário dos/as funcionários/as ao salário mínimo regional;
  4. Reajuste do auxílio transporte para funcionários/as PSS;
  5. Retirada da falta do dia 29 de abril;
  6. Pauta Nacional – Contra MP 746, PEC 241, PL 257 (PLS 54), Reforma da Previdência.

– Cobrar do governo o que foi feito com os recursos da educação (Operação Quadro Negro e Publicano) e levar este debate para comunidade escolar.

– Aprovada moção: Os/As Trabalhadores em Educação da rede pública estadual, em assembleia estadual da APP-Sindicato, repudiam as atitudes de assédio moral e de repressão feito por diretores e professores aos estudantes nas escolas ocupadas. Ressaltamos o caso do Colégio Lindaura Ribeiro Lucas, em São José dos Pinhais, onde o diretor, em sala fechada, gritava e batia na mesa tentando amedrontar as alunas. Diante disso, reafirmamos que somos contra qualquer forma de repressão. O movimento de ocupação é legítimo e deve ter toda nossa solidariedade! #foracomareforma.


Calendário da Greve

Desde o dia 12 de outubro – Organização dos comandos de greve e mobilização em todas as cidades do Estado.

13 de outubro – Debate sobre a MP do Ensino Médio, organizado pela Seed, nos Núcleos Regionais de Educação. Haverá representação da APP indicado contrariedade ao debate limitado proposto pelo governo.

14 e 15 de outubro – Vigília e mobilização junto aos deputados e deputadas (estaduais e federais).

17 de outubro – Início da greve geral dos trabalhadores e trabalhadoras da educação pública estadual.

18 de outubro – Debate público, às 10h, sobre Ensino Médio no Centro Cívico, em Curitiba (com indicação de debates públicos pelo interior).

19 de outubro – Reunião do FES com o governo. Concentração em Curitiba e Região Metropolitana. Reunião com o comando estadual de greve para avaliar a convocação de uma assembleia estadual.

25 de outubro – Ato estadual do FES.

11 de novembro – Greve Nacional unificada.

Foi aprovada também, durante a assembleia da categoria, a moção em repúdio ao assédio moral e repressão promovida pela direção de escola aos(às) estudantes e trabalhadores(as) de educação que participam ou apoiam as ocupações nas escolas públicas estaduais. A APP reitera publicamente que é  contrária a qualquer forma de coação ou repressão ao exercício do direito à manifestação, ato público ou movimento grevista. Também foi aprovado encaminhamento de aumentar a cobrança sobre a apuração das denúncias das operações Publicano e Quadro Negro.

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