Os(as) deputados(as) estaduais entraram no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), na tarde desta terça-feira (12), ao som de um coro animado que cantava: “Ô deputado, não abro mão, da data-base e nem da promoção!”. O grupo, formado por servidores(as) de várias categorias que atuam no serviço público estadual, ocupou a galeria da Casa Legislativa para protestar e pressionar os(as) parlamentares. Especialmente em vista da possibilidade de que o recesso de julho na Alep, que iniciaria a partir da próxima semana, seja suspenso e, com isso, o governo envie de uma hora para a outra, nos próximos 15 dias, um projeto que prejudique o funcionalismo.
“E nós ficaremos aqui esperando que venha o bendito do projeto do governador para dar o calote nos servidores? Isso não vai funcionar. Nós vamos concordar com isso?”, questionou o deputado estadual Tadeu Veneri (PT). “Várias entidades patronais passaram a mandar documentos para cá, solicitando aos deputados que votem contra o servidor público, negando ao funcionalismo o direito de receber a correção da inflação e de evoluir na carreira. E antes de vir pedir aqui, estiveram no Palácio. Vários empresários, de vários ramos. Então, é um cenário de ataques preocupante. Por essas e outras que as várias categorias já aprovaram, ou estão prestes a aprovar, estado de greve”, avaliou o deputado estadual Professor Lemos (PT).
Em seguida, o deputado Nereu Moura, do PMDB, também criticou a postura do governo Beto Richa (PSDB). “Ainda não votamos a LDO, a primeira vez na história nos últimos 50 anos, porque estamos à espera de que este governo aprove mais maldades contra o funcionalismo. Mas, paralelamente, não deixa de aumentar gastar onde não precisao. Hoje, na Comissão de Constituição e Justiça – a CCJ – analisamos a criação de 48 novos cargos comissionados”, apontou. Durante as falas, o presidente da Comissão de Educação da Alep, o deputado Hussein Bakri (PSD), informou que amanhã haverá uma reunião entre a Casa Civil e os membros da Comissão para tratar do pagamento dos atrasados devidos aos educadores, bem como sobre a falta do dia 29 de abril.
Atos pelo Estado – Além da mobilização em Curitiba, os 29 núcleos sindicais da APP-Sindicato promoveram atos em frente às sedes dos Núcleos Regionais de Educação. Durante o período da manhã, aconteceram panfletagens e conversas com as comunidades. A categoria tem esclarecido a população sobre os ataques promovidos pelo governo Richa, apesar das inúmeras tentativas de negociação. Também foi informado que estamos em estado de greve e que nem a Educação, nem os(as) outros(as) servidores(as) aceitarão retrocesso. “Além disso, estamos esclarecendo que o governo tem tentado continuamente, para criar uma cortina de fumaça, partidarizar a nossa atuação, usando como desculpa, para não cumprir a sua parte em acordos firmados com a categoria ou não garantir a efetivação de direitos legais, que o sindicato está tentando desmoralizá-lo por conta de disputa partidária”, alertou o presidente da APP, professor Hermes Silva Leão.