Ao chegar na manhã, nesta sexta (23), para o seminário “Conjuntura e Desafios, 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, algo diferente já chamou a atenção dos(as) participantes. Um novo layout no muro da sede estadual da APP-Sindicato, realizado por três artistas de Curitiba que também atuam nos movimentos sociais. Arte e grafite, um colorido toma conta com a energia desse movimento que surgiu com a intenção de ter uma voz atuante e protagonista na sociedade.
“A arte que liberta não vem da mão que escraviza”, Sérgio Vaz. Com essa apresentação, foi dada a abertura do seminário tão importante para o momento atual brasileiro e da educação pública de qualidade, laica e para todos(as).
O presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão, agradece a presença de todos(as) e destaca os 70 anos dos direitos humanos, datado no próximo dia 10 de dezembro, somados aos valores que a humanidade vai expressando nos tempos de avanços tecnológicos e rumos definidos para pensar. “É uma oportunidade para aproveitar esse espaço com os palestrantes e os trabalhos que eles realizam”.
O sociólogo Jessé Souza, indaga: você sabe o que é elite ou quem é da elite? Ele traz uma análise de como historicamente se dá a opressão de classe no Brasil e mostra como o domínio econômico não é o único que se impõe sobre as classes oprimidas. “É uma compreensão necessária, pois a classe média acha que é elite, e na verdade isso é loucura total. No processo de dominação de classe, o que acontece é que se retira a capacidade de inciativa do oprimido, assim como faziam com os escravos, pela dominação econômica, que funciona pela dominação afetiva e moral. Colonizar as ideias e a cabeça das pessoas, afinal, a classe social não é um sinônimo simplificado de renda. A renda é apenas um dos privilégios, que acarreta em mais respeito, prestígio e reconhecimento. A classe é uma reprodução de privilégios que se passa de pais para filhos. A escola é um mecanismo que define senhores de escravos”.
“O mercado (capital) é honesto, acelera e não tem corrupção. Quem acredita nisso? A sociedade que não sabe quem ela é, simplesmente repete o que já aconteceu na história. Nosso comportamento é determinado por ideias”, complementa Jessé. E fica toda a reflexão após a primeira palestra e o chamado para a partir das 14 horas ter a continuidade do seminário com os(as) convidados(as) Rafael Freire e Hilma de Lourdes Santos.
Confira a palestra do sociólogo Jessé Souza: