Representantes da comunidade escolar dos colégios Tiradentes, Conselheiro Zacarias, Amâncio Moro, Nilson Batista Ribas e Guaira, de Curitiba, participaram de uma reunião na manhã desta sexta-feira (25) na Secretaria da Educação (Seed) para exigir que as escolas não sejam fechadas e cobrar a abertura imediata de matrículas para o sexto ano do ensino fundamental e do primeiro ano do ensino médio. No Amâncio Moro, o pedido de matrícula também inclui o sétimo ano do fundamental.
A direção estadual da APP-Sindicato acompanhou a reunião e defendeu a pauta apresentada por pais, mães, responsáveis e educadores(as). De acordo com a secretária de Organização da APP-Sindicato, Tereza Lemos, a comunidade está revoltada com a postura do governo.
As discussões duraram a manhã toda e, após debates intensos, a equipe da Seed informou que as escolas serão mantidas com as turmas existentes, mas para as séries iniciais do ensino fundamental e do ensino médio autorizou apenas o preenchimento de lista de espera.
Para os(as) presentes na reunião, a proposta não resolve o problema. Eles(as) denunciaram que, em casos semelhantes, ao invés de abrir turma, o Núcleo Regional de Educação (NRE) usou a lista para fazer contato individual com as famílias dos estudantes e forçar a mudança de escola.
A dirigente explica que o Sindicato foi procurado após o governo encaminhar documentos para as escolas comunicando o fechamento. “A comunidade passou a se organizar e houve uma reunião com a Seed no dia 8 deste mês. A Secretaria assumiu o compromisso de ouvir as comunidades e aceitar a decisão de não fechar as unidades”, relata Tereza.
:: Leia também: APP-Sindicato e comunidade lutam para impedir fechamento de escolas
Segundo a dirigente, a escuta aconteceu com a realização de assembleias nas escolas ameaçadas, onde todas se manifestaram contra o fechamento e votaram pela abertura de matrículas também para o sexto ano do ensino fundamental e do primeiro ano do ensino médio. “Como a Seed ouviu as comunidades, mas não autorizou a abertura dessas matrículas, viemos novamente, hoje, cobrar respostas”.
Para o Sindicato, o governo Ratinho Junior está usando essa estratégia para reduzir o número de estudantes em algumas escolas e provocar o fechamento das unidades. “Primeiro eles impedem as matrículas, depois vão forçando a transferência dos alunos que ficaram, até reduzir bastante o número de estudantes. Por fim eles alegam que aquele colégio não tem procura e fecham a unidade”, explica.
A dirigente acrescenta que as decisões prejudicam a qualidade da educação e são tomadas sem ouvir as necessidades dos(as) estudantes, professores(as) e funcionários(as). Ela destaca ainda que a medida também causa transtornos graves, como a superlotação das salas de aula e a sobrecarga para os(as) trabalhadores(as) da educação. “Na reunião de hoje tivemos a participação da Defensoria Pública e a APP-Sindicato vai continuar acompanhando os encaminhamentos”, disse.