O governo do Paraná representou pela instauração de inquérito criminal para apurar, nas palavras do procurador geral do Estado, “condutas antidemocráticas” durante as manifestações dos(as) educadores(as) em Curitiba na semana passada, contra a aprovação da lei que privatiza as escolas da rede pública estadual.
A APP avalia que tratar a manifestação dos(as) educadores(as) como uma questão de polícia revela a incapacidade do governo Ratinho Jr de dialogar com a categoria e com a sociedade.
As manifestações em Curitiba não podem, de nenhuma forma, ser comparadas a atos antidemocráticos. O Sindicato ressalta que os três dias de greve foram exatamente para estabelecer um processo democrático na votação do PL 345, feita em regime de urgência e sem os debates necessários.
“Não é possível que a gente tenha uma votação tão rápida de um projeto tão importante e que altera tanto as estruturas das nossas escolas”, afirma a presidenta da APP, Walkiria Mazeto.
A presidenta da APP considera que não houve interrupção dos trabalhos da Assembleia Legislativa, como alega a PGE. “Mesmo com a entrada dos(as) manifestantes no prédio, ocuparam-se apenas as galerias, para que se pudesse acompanhar a votação. O plenário ficou preservado. Os deputados é que preferiram se retirar e fazer a votação de forma on line”, afirma.
Mobilização
Nossa greve foi forte. Essa luta só encerra com a derrota total desta proposta de privatização que vai contar com campanhas, um calendário organizado de lutas, materiais de diversas formas e também ações jurídicas.
E toda a força do nosso movimento precisa manter-se nas próximas semanas
Busque em nossas redes sociais e no site da APP materiais e informações sobre a Lei 22.006/2024, que instituiu o programa Parceiros da Escola, aprovado e sancionado pelo governador Ratinho Jr a toque de caixa. Acompanhe também os andamentos das negociações junto ao Judiciário paranaense.
Repercuta nas escolas, junto aos(às) professores(as) e funcionários(as), as implicações do projeto para o trabalho educacional. Converse com os(as) estudantes e comunidade em geral sobre os impactos e os riscos que representam a terceirização das escolas para as empresas privadas. Mobilize-se com lideranças religiosas, comunitárias e municipais, agregando-as para nossa luta.
A resistência é coletiva. Portanto, conversem muito nas escolas e atuem coletivamente, principalmente sobre as punições que continuam por parte da SEED.
Seguiremos atuando em mesa de mediação junto ao TJ e MPT, assim como, continuaremos atuando nos tribunais.
Conselho
Neste sábado (15), estaremos realizando um Conselho Estadual em que organizaremos as ações para o período. Esteja atento para as ações que surgirem de lá.
Nossa luta, que se intensificou na greve, precisa continuar até que todas as escolas passíveis de serem privatizadas não corram mais riscos de serem vendidas, assim como nenhuma escola pública!