A presença do ministro da Educação, Camilo Santana, em uma audiência pública realizada esta semana em Cuiabá (MT), motivou protestos contra o Novo Ensino Médio (NEM) e a entrega de uma carta pedindo a revogação do modelo. O documento, entregue pela secretária de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Guelda Andrade, reafirma que o NEM é uma ameaça à educação pública.
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A carta expõe diversos problemas graves do NEM, como a sua implantação de maneira antidemocrática, a desigualdade entre os diferentes ambientes escolares, a retirada de matérias destinadas à formação do pensamento crítico e a ênfase na formação precária para o mercado de trabalho, reduzindo as possibilidades de escolha dos(as) alunos(as) que gostariam de ingressar no ensino superior.
O aumento nas horas diárias que os(as) estudantes permanecem nas escolas também é um dos pontos abordados e alvo de críticas de estudantes, já que a carga exclui jovens que precisam trabalhar. O documento é assinado por autoridades e lideranças de entidades e movimentos sociais e o texto foi construído por profissionais do Ensino Médio e Superior do Mato Grosso, bem como pelo movimento estudantil.
Protestos
Na presença do ministro, estudantes também realizaram uma manifestação exigindo a revogação do NEM. Em resposta, Camilo Santana reconheceu os equívocos presentes no Novo Ensino Médio. “Fui governador e sei da falta de diálogo que teve na implantação desse processo. Desde o dia 8 de março, nós abrimos uma consulta pública para ouvir instituições, entidades e, a partir disso, recriei o Fórum Nacional de Educação”, disse.
A APP defende a revogação do NEM e a construção de um Ensino Médio democrático e emancipador, que forme cidadãos e cidadãs preparados(as) para a universidade e o mundo do trabalho, com escolas bem estruturadas e educadores(as) valorizados(as). Um Ensino Médio construído pela e para a escola pública.
Consulta do MEC
Faltam apenas seis dias para o encerramento da Consulta Pública lançada pelo Ministério da Educação sobre o Novo Ensino Médio. A CNTE disponibilizou uma cartilha para orientar a categoria sobre como responder à consulta.
A cartilha disponibiliza a réplica das questões que integram a Consulta Pública e os comentários da Confederação sobre cada uma delas, já formatados em até 500 caracteres, seu limite máximo.
Saiba como participar da consulta
- Faça login com a sua conta gov.br ou crie uma conta no sistema Participa Mais
- Acesse o link da consulta aqui
- Leia os textos introdutórios, consulte as orientações da cartilha da CNTE e responda às questões
- Após marcar a opção “Discordo”, copie e cole o comentário da CNTE no campo “Comentários ou proposições” da consulta.
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