A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, com o objetivo de celebrar a resistência da sociedade brasileira contra o estado de exceção determinado pelos militares, então apoiados pela elite nacional e pelos Estados Unidos da América, há 50 anos, organiza uma campanha permanente em memória dos trabalhadores e trabalhadoras em educação que lutaram contra a ditadura e foram vítimas do golpe.
O site ditaduranuncamais.cnte.org.br é colaborativo e foi criado para destacar o retrocesso na educação brasileira e lembrar os trabalhadores perseguidos por um regime que cassou direitos individuais, coletivos e políticos, abusou da integridade física e psíquica de milhares de pessoas, impôs ideologias conservadoras à sociedade, perseguiu, prendeu, torturou, exilou e matou cidadãos e cidadãs, cujos crimes (muitos deles) ainda carecem de elucidação e/ou reconhecimento por parte do Estado.
Por aqui também começa um amplo movimento de mudança de nomes de escolas que homenageiam agentes patrocinadores do Golpe e os ditadores de plantão. A ideia é propor projetos de iniciativa popular às Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores, após a realização de amplo debate com a comunidade escolar, a fim de legitimar o pleito.
Esse movimento busca respeitar mártires da educação e incentivar a sociedade a rever as homenagens prestadas aos algozes do povo brasileiro que dão nomes a praças, ruas, avenidas, estádios e ginásios esportivos Brasil afora.
Foram 21 anos em que a tortura, a censura e o medo fizeram parte do dia-a-dia de milhares de brasileiros. A democracia voltou, mas, até hoje, quem é lembrado é quem deveria ser esquecido. Enquanto há destaque para o nome do ditador na porta da escola, educadores que morreram na luta pela liberdade não tem o reconhecimento que merecem. Vamos reescrever juntos essa história.
Fonte: CNTE