A participação de estudantes e professores(as) na Consulta Pública on-line sobre o Novo Ensino Médio (NEM) está abaixo do esperado, quando comparada com a de gestores(as). O alerta é da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que convoca esses dois grupos a reforçar a mobilização pela revogação do NEM.
“Precisamos incentivar que trabalhadores e alunos respondam à consulta. Temos que mostrar nossa força contra a Lei 13.415/2017, que representa o desmonte do ensino médio”, disse o presidente da CNTE, Heleno Araújo, durante reunião do Conselho Nacional de Entidades (CNE) da confederação.
Segundo informações divulgadas pelo MEC, até a manhã de 28 de junho foram registradas 71 mil respostas concluídas. No entanto, nenhum dos estados do sul do país aparece entre os com maior participação na pesquisa.
Para o presidente da CNTE, um dado positivo é que o movimento “Revoga Já!” está conseguindo vencer resistências dentro do Ministério da Educação (MEC)e até nas discussões do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).
Apesar disso, a vice-presidenta da CNTE, Marlei Fernandes, destaca que a categoria precisa fortalecer a luta para enfrentar o alto nível de conservadorismo do Congresso Nacional, que atua para manter o modelo neoliberal.
Como participar?
Iniciada em 15 de junho, essa nova etapa da consulta pública disponibiliza quatro formas de participar e manifestar para o Ministério da Educação (MEC) como o ensino médio deve ser. O prazo termina dia 6 de julho.
Veja abaixo como enviar a sua opinião.
- No celular, acessar bit.ly/consultapublicaonlinemec
- No computador, acessar bit.ly/consultapublicaonlinemec-web
- Escanear o qr code da imagem abaixo, disponível também em cartazes nas escolas e no portal do MEC.
- Enviar a palavra MEC para o número (11) 97715 4092, diretamente pelo WhatsApp.
Leia também: CNTE indica oito parâmetros para proposta de substituição do Novo Ensino Médio
Revoga já!
Implementado na gestão de Michel Temer, em um contexto de golpe contra o governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, o Novo Ensino Médio é alvo de diversas críticas quanto a sua inviabilidade, por não ter escutado educadores(as) e estudantes e também por aprofundar as desigualdades sociais.
Para a CNTE, o NEM induz uma espécie de apartheid socioeducacional, pois substitui os componentes curriculares de história, geografia, sociologia, filosofia, artes, física, química, biologia, por conteúdos desprovidos de base teórica e apartados dos objetivos da escolarização.
A entidade avalia que essas mudanças representam uma ameaça para a aprendizagem, com efeitos principalmente no acesso das classes populares às universidades públicas e gratuitas.
Em resposta à pressão da APP-Sindicato e de outras entidades da sociedade, dos(as) trabalhadores(as) em educação e dos(as) estudantes, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu uma consulta pública com o objetivo de ouvir especialistas, docentes, estudantes e toda a população sobre o tema.
As ações incluem audiências públicas, webinários, seminários, encontros, pesquisas e serão encerradas no dia 6 de julho. Após essa data será aberto um prazo de mais 30 dias para o MEC apresentar os resultados e propor alternativas. A programação completa está disponível na página do MEC sobre a consulta pública.