Os milhares de servidores públicos que lotam a praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico, em Curitiba, gritam em uma só voz: “Retira! Retira!”. Os(as) servidores(as) exigem a retirada dos projetos de Lei PLC 06/2015 e o 60/2015 da Assembleia Legislativa, garantindo que o “Pacotaço de Maldades 2”, do governador Beto Richa, não seja votado hoje (10) na Alep.
A educação estadual do Estado parou. Desde o dia 09 de fevereiro a categoria está em greve geral e por tempo indeterminado. O governo Beto Richa, mais uma vez, promete atropelar os(as) servidores(as) e passar por cima de qualquer debate com a população. Será votada na tarde desta terça-feira (10) Comissão Geral, garantindo, assim, que o pacote do governo seja votado de uma só vez.
Como repetiram vários deputados estaduais que se declararam amigos da educação do Estado: “Essa é estratégia deste governo!”. O atropelo na votação dos projetos prova que o governo tem urgência nas suas ações e passa por cima de todos os servidores públicos.
Durante a sessão plenária, o deputado estadual, Professor Lemos ressaltou o descaso do governo com os servidores. “Essa greve não vai acabar nunca desse jeito. Essa Assembleia não pode patrocinar este ataque brutal ao salário dos professores”. Lemos também pediu aos(às) demais deputados(as) na Alep que estejam do lado da educação. “Peço que os deputados do Paraná socorram os professores do Paraná que correm risco de perder sua tabela de salário!”
A secretária de Organização da APP-Sindicato, Tereza Lemos, falou sobre o sentimento de todos(as) os(as) educadores(as) do Estado. “Estamos muito revoltados com o que estamos vendo aqui na Assembleia Legislativa. O governo fez um projeto substitutivo e nós não tivemos acesso a esse projeto. O governo nos disse que tinha retirado muitos pontos em que éramos contrários, no entanto, ficamos sabendo, neste momento, que ele não retirou as mudanças que pretende fazer na tabela de vencimentos dos educadores”.
O deputado Nelson Luersen também foi um dos parlamentares que declarou apoio à educação. “Esse substitutivo é tapar o sol com a peneira. Temos que retirar o projeto como um todo”. Luersen declarou ser inadmissível a atitude do governo. “Não existe acordo quando se trata de direitos já adquiridos. Isso é uma covardia”.
A secretária da APP deixa clara a insatisfação de todos os servidores do Paraná. “Nós não concordamos que o governo altere nossa tabela de vencimentos. Se o projeto foi, de fato, tramitado desse jeito, essa greve vai continuar e muito tempo!”, afirma.
Por volta das 18h, após a aprovação do requerimento que transformou a sessão em Comissão Geral, centenas de pessoas que estavam do lado de fora ocuparam a Assembleia. A sessão, então, foi suspensa.