Cidades da Região Metropolitana de Curitiba aderem ao lockdown e isolam Governo Ratinho

Cidades da Região Metropolitana de Curitiba aderem ao lockdown e isolam Governo Ratinho

Municípios decidem que vão seguir as medidas tomadas para reduzir a circulação de pessoas na Capital

Foto: Divulgação

Incapaz de reconhecer a importância do isolamento social para evitar a disseminação do coronavírus, o Governo do Paraná vai ampliando o seu isolamento em relação à sociedade paranaense. A crescente adesão dos municípios da Região Metropolitana de Curitiba ao lockdown, em vigor na Capital desde sábado, tem demonstrado a preocupação de prefeitos em diminuir a circulação de pessoas em suas cidades, enquanto o Governo Ratinho insiste em impor aos profissionais da Educação que compareçam aos seus locais de trabalho.

Os 29 municípios que compõem a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) decidiram nesta segunda-feira que vão endurecer as medidas de enfrentamento à pandemia a partir de amanhã, com algumas prefeituras seguindo integralmente o decreto de Curitiba que determinou lockdown e outras seguindo 80% das restrições. A adesão dos municípios ao lockdown deixa ainda mais clara a crueldade do Governo Ratinho ao impor unilateralmente a presença obrigatória dos profissionais da Educação nas escolas.

Pinhais, Campo Largo e Campo Magro anunciaram que vão seguir integralmente as medidas tomadas em Curitiba. Em Pinhais as medidas mais restritivas começaram a valer nesta segunda-feira (15). Campo Largo confirmou no domingo a adesão ao lockdown em live feita pelo prefeito e o aumento de restrições começa amanhã. “As notícias que nós vimos na TV, de Manaus… Pessoal, está aqui, na nossa cidade. Se não tomarmos providência, vai ter o mesmo tipo de coisa aqui, em Campo Largo, em nossa região. Os hospitais estão lotados, os centros médicos estão lotados. Chegamos a ter seis pessoas entubadas em centro médico. Temos de ter a consciência de que o problema pode bater à nossa casa”, disse o prefeito Maurício Rivabem.

Em Campo Magro o lockdown já começou nesta segunda-feira. Assim como Rivabem, o prefeito do município, Cláudio Casagrande, também teme que a situação no município se iguale a de Manaus há alguns meses. “Campo Magro, em alguns dias, pode estar no mesmo estado que esteve Manaus, com um monte de corpos ensacados, guardados em câmara fria porque não têm onde ficar; com pessoas morrendo em casa, sem atendimento, morrendo no posto de saúde, sem atendimento”, afirma.

O risco de a epidemia fugir do controle e chegarmos a 100 mortes por dia em Curitiba no começo de abril foi divulgado pela APP Sindicato na semana passada, quando recebeu um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) com esse alerta. O estudo se baseia em modelos computacionais que projetam a evolução da epidemia nas condições existentes em cada cidade. O estudo do Inpa confirmou que estava correta a decisão da APP de fazer a Greve pela Vida, contra a volta das aulas presenciais. Depois de insistir por dias na sandice de forçar a volta às aulas, o Governo foi obrigado a se render às trágicas evidências do descontrole da Covid 19 e adiar a volta às aulas, mas agora insiste que os profissionais da Educação compareçam às escolas, aumentando e muito o fluxo de pessoas circulando nas cidades no auge da epidemia no Paraná.

A unificação das medidas de prevenção facilita a fiscalização nessas cidades, além de reduzir significativamente a circulação das pessoas durante a vigência dos decretos. Até o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, que é do mesmo partido do governador Ratinho Jr (PSD), reconheceu a importância de manter as pessoas em casa para preservar a saúde pública, mas o governador tem preferido se aconselhar com o empresário secretário da Educação, Renato Feder, que acha que as escolas públicas do Paraná estão no mesmo nível das da Finlândia. “Todos sabem que essa semana é importante para diminuir o fluxo de pessoas”, admite Pimentel.

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