CGU identifica distorções de R$ 202 bilhões no MEC e mais quatro pastas da gestão Bolsonaro  APP-Sindicato

CGU identifica distorções de R$ 202 bilhões no MEC e mais quatro pastas da gestão Bolsonaro 

Irregularidades podem levar à abertura de investigação para apurar a responsabilidade da gestão anterior na administração dos recursos públicos.

Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

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O trabalho da Controladoria-Geral da União (CGU) identificou novas irregularidades nas contas da gestão do governo Bolsonaro. Relatórios de uma auditoria financeira referente ao ano de 2022 apontam distorções contábeis na ordem de R$ 202 bilhões, somando Educação e mais quatro ministérios.

Só no Ministério da Educação os(as) auditores(as) contabilizaram R$ 17,1 bilhões em problemas. De acordo com os(as) técnicos(as), as demonstrações “não refletem a situação patrimonial, o resultado financeiro e os fluxos de caixa” da pasta.

O maior montante foi identificado no Ministério da Agricultura, R$ 142,9 bilhões. As distorções totalizaram ainda R$ 20,3 bilhões na Infraestrutura, R$ 15,9 bilhões na Saúde e R$ 6,3 bilhões na Cidadania.

Leia também: Escândalo de propina no MEC da gestão Bolsonaro começa a ser julgado no TCU

Além de comprometer a transparência, as distorções também podem prejudicar a execução das políticas públicas. As irregularidades foram divulgadas pela GloboNews nesta quarta-feira (19), após análise dos documentos da CGU, publicados no mês de abril deste ano.

Ainda segundo as informações, o valor de R$ 202 bilhões não considera as correções já realizadas após as notificações da CGU. As inconsistências podem levar à abertura de investigação para apurar a responsabilidade da gestão anterior na administração dos recursos públicos.

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Propina no MEC

Esse não é o único procedimento que aponta problemas do governo anterior com recursos do MEC. No início deste mês, o Tribunal de Contas da União (TCU) iniciou o julgamento do escândalo de corrupção envolvendo mais de R$ 7,2 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino (FNDE).

O procedimento investiga ações da gestão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, entre 2020 e 2022. Segundo as denúncias, pastores pediam dinheiro em troca da liberação de recursos do MEC e até barras de ouro eram envolvidas nas negociações.

Ribeiro nega ter cometido irregularidades, mas foi demitido após a revelação de um áudio onde admitia que Bolsonaro ordenava priorizar os pedidos dos pastores. Os religiosos, incluindo o ex-ministro, chegaram a ser presos em junho de 2022, durante uma operação da Polícia Federal.

O julgamento  foi interrompido após um pedido de vistas. A previsão é de que os ministros voltem a julgar o processo em até 60 dias.

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