A Reforma do Ensino Médio, proposta pelo governo Michel Temer (PSDB) tem sido objeto de análise e discordâncias desde sua proposição, em 2016. O Novo Ensino Médio é um dos principais motivos do protesto que levou à suspensão da audiência pública da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em junho, em São Paulo.
Em carta ao Conselho Nacional de Educação (CNE) com data de sexta-feira, 29, Callegari explica os motivos que o levaram à decisão. “Como se pode constatar no documento preparado pelo MEC, com exceção de língua portuguesa e matemática (que são importantes, mas não as únicas), na sua BNCC desaparece a menção às demais disciplinas cujos conteúdos passam a ficar diluídos no que se chama de áreas do conhecimento. Sem que fique minimamente claro o que deve ser garantido nessas áreas”, diz ele.
“O atual governo diz que o “novo ensino médio” já teria sido aprovado pela maioria dos jovens. Não é verdade. Nenhuma mudança chegou às escolas e talvez para a maioria elas nunca cheguem. Alardeia a oferta de um leque de opções para serem escolhidas pelos estudantes, mas na sua BNCC não indica absolutamente nada sobre o que esses “itinerários formativos” devem assegurar”, critica Callegari em outro trecho.
“Ao defender essas posições e essas propostas perante o nosso colegiado e perante a sociedade, entendo não ser mais adequada a minha permanência à frente da Comissão Bicameral da BNCC. A presidência de um colegiado exige um esforço de imparcialidade que já não posso oferecer”, diz ele.
Carta_aos_conselheiros_do_CNE_sobre_a_BNCC_e_a_reforma_do_ensino_medio
Editado de: Brasil 247