É conquista da luta dos(as) trabalhadores(as) e não benesse! O governador Beto Richa veio a público, no final desta sexta-feira (06), informar sobre a implementação das promoções e progressões atrasadas. No site do governo do Estado, a matéria anunciando o pagamento do “benefício” aparece em destaque.
O governador parece não contar com a memória recente dos(as) paranaenses, com a atuação da APP-Sindicato e com a revolta dos aproximadamente 70 mil educadores(as) que estão com seus salários defasados por conta do atraso na implementação dos DIREITOS. O pagamento das promoções e progressões foi pauta da greve da educação de 2016. Durante toda a série de reuniões com o governo do Estado e com a Seed, a APP levou a aflição dos(as) servidores(as) e denunciou o desrespeito com a categoria em cada uma das mesas de negociação. Para a APP, o governo anunciava, há meses, o possível pagamento da dívida, mas a morosidade motivou um desgaste na imagem do governador e prejudicou também o cotidiano escolar, afinal, professores(as) e funcionários(as) tinham que interromper seus afazeres para cobrar salários atrasados e promessas não cumpridas.
A resistência e luta terão resultados visíveis logo no início do ano: o pagamento foi anunciado para cair na folha de janeiro. Neste primeiro mês serão pagos R$ 38 milhões* referentes a implementação dos avanços. A dívida restante, que se acumula desde 2015 e passa de R$ 500 milhões*, não tem data para pagamento e deverá ser parcelada durante 2017, conforme anunciado pelo governador. “O governo insiste em dizer que o caixa do Estado não tem dinheiro suficiente para cumprir com suas obrigações, mas os estudos econômicos das contas públicas mostram que esta não é a realidade”, explica o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão, ao mencionar os estudos do Fórum das Entidades Sindicais que comprovam a existência, sim, de caixa suficiente para pagar as dívidas com os(as) servidores(as). “Mesmo que o governo tente passar a ideia de que está sendo bondoso ao pagar as promoções e progressões, a APP relembra que este é um direito garantido em Lei e que o Estado continua em débito com a educação pública paranaense”, reforça o presidente.
Rumo à data-base e ao pagamento do Piso, conforme a Lei – outras dívidas previstas em lei, defendida pelo Sindicato e pauta das últimas greves, são o pagamento do reajuste anual da inflação, a data-base e a implementação do Piso Salarial Nacional (no ano passado, a categoria deixou de receber o reajuste de 7,5%, este ano, uma nova correção está prevista pela lei nacional). A APP continuará organizando a luta para que o funcionalismo não tenha perda real de salário com o aumento da inflação e com os descasos do governo.
*números apurados na manhã desta segunda-feira (09) com base em informações da Seed. Os valores podem ser atualizados, ainda nesta semana, de acordo com o levantamento do próprio governo.
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