CCJ aprova projeto inconstitucional da "Lei da Mordaça"

CCJ aprova projeto inconstitucional da “Lei da Mordaça”

Implantação do programa "Escola sem Partido" agora segue para análise em outras comissões da Alep

Foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em sessão extraordinária realizada nessa segunda-feira (26), o Projeto de Lei 606/2016, que trata da implantação do programa “Escola Sem Partido” nas escolas paranaenses. A aprovação contraria decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e parecer do Conselho Estadual de Educação, que consideram o teor do projeto inconstitucional. Com a aprovação, o Projeto agora segue para análise em outras comissões da casa antes de ser levado ao plenário.

A CCJ é responsável por emitir parecer quanto à constitucionalidade, legalidade, juridicidade, adequação regimental e caráter estrutural das proposições, por isso a aprovação do projeto é bastante preocupante na visão da APP-Sindicato. “Aprovar a constitucionalidade na CCJ por maioria é o que a gente chama de golpe sobre os direitos previstos na Constituição Brasileira. Esse é um tema muito perigoso, é um período em que leis importantes deixam de ser cumpridas e interpretações são colocadas sobre princípios constitucionais já consolidados”, alerta o presidente da APP, professor Hermes Leão. “Esse projeto retoma um princípio autoritário, ele não está em harmonia com o estado democrático de direito e nós vamos continuar, nas demais comissões por onde esse processo irá tramitar, cumprindo o papel de fazer nossa posição contrária”, completa.

Dos 13 deputados(as) que compõem a Comissão, apenas Luiz Claudio Romanelli (PSB), Péricles de Mello (PT) e Nereu Moura (PMDB) defenderam a inconstitucionalidade do projeto. De autoria do deputado Missionário Ricardo Arruda (PEN), o projeto pretende impor normas de conduta a professores(as) no que diz respeito à manifestação do pensamento, posições políticas, religiosas, de consciência e de crença e manifestações sobre orientação sexual, prevendo inclusive sanções conforme o Estatuto dos Servidores e o encaminhamento de denúncias à Secretaria de Educação e ao Ministério Público. O Projeto prevê ainda interferência nas políticas e planos educacionais, propostas curriculares, livros didáticos, avaliações para o ingresso no ensino superior e provas para concurso e instituições de ensino superior.

Para saber mais:

“Lei da Mordaça” volta a ser debatida na Alep

Projeto de Lei “Escola sem Partido”: CEE elabora Nota Técnica

OAB declara que PL do Escola sem Partido é inconstitucional

MENU