Cai, não cai. Caiu!

Cai, não cai. Caiu!


Até o asfalto frio das ruas que cortam o Centro Cívico, que ficaram tomadas por cartuchos de balas e restos de bombas, sabiam do comprometimento do secretário de Segurança, Fernando Francischini, nos atos de barbárie do dia 29. Mas, para o governador Beto Richa, parecia que isso não era suficiente para subsitituí-lo, até porque, em matéria de culpabilididade pela barbárie, Beto Richa está alguns degraus acima. No entanto, a situação ficou insustentável na medida em que o secretário truculento e que gosta de ir a programas televisivos de gosto duvidoso mostrando armas na cintura, se indispôs contra a caserna, despertando a ira dos militares. Também foi forte a pressão pública por sua queda, não só dos(as) educadores(as), mas da população em geral que sabe muito bem que ele foi um dos responsáveis pelos atos do dia 29/04.

Para nós educadores e educadoras, as lembranças que guardaremos de Francischini – e  fazemos questão de guardá-las – serão as piores possíveis.  Como secretário, ele planejou o cerco ao Centro Cívico e durante as duas horas em que educadores(as) foram vítimas das balas, bombas e sprays, ele não fez nada para cessar a violência. Depois esquivou-se – com a dancinha que protagonizou em fevereiro quando, ao tentar abrir a porta do camburão com os(as) deputados(as), fugiu de um manifestante -,  atribuindo culpa e responsabilidade pelo atos do dia 29 aos(às) manifestantes e policiais. Foi desmentido por um grupo e por outro e pelas fartas imagens dos acontecimentos que não deixam dúvidas e que varreram o mundo mostrando toda a violência policial chefiada pelo secretário.

Desde que foi chamado pelo governador Beto Richa para ser secretário, sabíamos que sua presença representava um total retrocesso aos Direitos Humanos e às políticas de segurança pública que vão além de criminalizar jovens, pobres e negros. O que não prevíamos é que, além destes grupos sociais, Franscischini se especializaria também em bater e prender professores(as), funcionários(as) de escola, estudantes e servidores(as) públicos(as). E não foram poucas as vítimas só no dia 29, já que contabilizam mais de 217 feridas.

Poderíamos comemorar a sua queda, afinal é uma vitória do movimento. No entanto, as lembranças das cenas do dia 29 ainda estão nítidas em nossa memória e soam como um  triste lamento daquilo que um governo insano produziu e ainda é capaz de produzir de violência, de truculência e de barbárie.

Já vai tarde e se que depender de nós, não voltará tão cedo!

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