Beto Richa e o crime de lesa-juventude!

Beto Richa e o crime de lesa-juventude!


Este caminho vem penalizando consideravelmente toda a população paranaense.

É sabido que o primeiro mandato do governador Beto Richa (PSDB), e sua gestão do orçamento público do estado do Paraná, provocou uma grave crise financeira explicitada logo após sua reeleição em outubro do ano passado. A opção por um programa que o governador chamou de austeridade fiscal conduzida desde a transição eleitoral para este segundo mandato, sob a coordenação do Senhor Mauro Ricardo Costa, técnico reconhecido da ideologia tucana do estado mínimo, tem levado o Paraná a uma das piores crises políticas de que se têm notícia na história paranaense desde sempre.

Este caminho vem penalizando consideravelmente toda a população paranaense. Foram pacotaços de aumentos de impostos, tarifas de energia e água, cobrança de contribuição previdenciária de aposentados, entre outras medidas abusivas.

A escolha principal do governo paranaense para sanear as finanças do estado já está identificada e foi dirigida diretamente aos servidores públicos, especialmente com o ataque ao fundo previdenciário votado sem debates e sob a violência do dia 29 DE ABRIL. Com isto o governador não só penaliza os Trabalhadores(as) do Serviço Público Estadual como também a população trabalhadora e a classe popular que são as que mais necessitam das políticas públicas de saúde, educação, segurança, etc. Ninguém aposta que neste cenário e com estes procedimentos governamentais haja qualquer melhoria na qualidade dos serviços ofertados pelo estado à sua população.

Um dos aspectos mais graves está relacionado com o tema da Educação Pública e o atendimento a cerca de um milhão de adolescentes, jovens e adultos nas 2.200 unidades escolares da rede básica do Paraná. Pela primeira vez, em uma segunda greve no mesmo ano letivo, as(os) Professor(as)es e Funcionárias(os), resistem bravamente a toda sorte de ataques absolutamente autoritários feitos pelo governador Richa e sua equipe. Este governo tem usado o expediente de assediar, perseguir, ameaçar com faltas e desconto de salários, usado depropaganda de que a greve é de natureza político-partidária para promover desgaste do governo, violência física, psicológica e educacional. Resistimos e resistiremos a estes ataques.

Também pela primeira vez em 68 anos de história de lutas da APP-Sindicato, um governador buscou o Poder Judiciário para tentar impor o fim do movimento de greve pela força judicial. Como se vê, não há comparativos com governos anteriores. Trata-se de um Estado de exceção, identificado com os anos de chumbo da ditadura civil/militar brasileira, aliás quem viveu no serviço público paranaense os 21 anos de ausência da democracia considera esta conjuntura mais violenta do que a vivida naquele período.

Ao não garantir direitos mínimos como reajustes salariais previstos em lei, o que pretende o governador Richa? Obrigar o retorno dos educadores às escolas sem essas pautas atendidas, possibilitará que tipo de sentimento e dedicação ao trabalho?

Aliás o governador fere o direito de greve previsto na Constituição Brasileira, mas se desobriga de cumprir as leis! Que estado é este?

No dia 19 de agosto do ano passado durante a campanha eleitoral o candidato a reeleição Beto Richa compareceu ao debate organizado pela APP-Sindicato, reafirmou compromissos com os direitos dos educadores, com a infra-estrutura escolar, formação continuada, tempo integral, entre tantos outros.

E principalmente reafirmou seu compromisso com a geração de adolescentes e jovens que tem na escola sua porta de entrada para a vida em sociedade e para o exercício da cidadania. O conhecimento é o principal passaporte para a emancipação humana numa sociedade ainda tão violenta e desigual como no Brasil e no Paraná. Esta mesma geração sabe que nas atuais condições da educação paranaense, de precarização e descaso governamental, não há garantias de um ensino de qualidade.

Ao penalizar os educadores, penaliza também a educação e igualmente toda esta geração que espera voltar para as escolas e prosseguir seus estudos. O governador e sua equipe deveriam ser denunciados pelo crime de lesa-esperança e lesa-juventude!

Artigo originalmente publicado no portal Notícias Paraná.

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