Barbárie: APP-Sindicato presta solidariedade a vítimas da tragédia em escola de São Paulo

Barbárie: APP-Sindicato presta solidariedade a vítimas da tragédia em escola de São Paulo

Elizabeth Tenreiro foi morta a facadas por estudante que feriu outras três professoras e dois alunos, na manhã desta segunda-feira (27)

A APP-Sindicato lamenta profundamente a tragédia ocorrida na manhã desta segunda-feira (27), que resultou na morte de Elizabeth Tenreiro e feriu a faca outras três professoras e dois alunos na escola estadual Thomazia Montoro, de São Paulo.

A barbárie abala os(as) educadores(as) de todo o Brasil. Nos solidarizamos com os(as) familiares, amigos(as) e colegas da comunidade escolar, vítimas de uma cultura de violência que se alastra pelo país e tem maculado escolas públicas e privadas, até há pouco espaços seguros por excelência e ofício. 

O ataque mortal a uma professora que dedicou sua vida à educação, a ponto de estar em sala de aula trabalhando aos 71 anos de idade, escancara a necessidade de ações imediatas do poder público. Vivemos uma epidemia de ódio, revelada por ações coordenadas e estimuladas por fóruns e comunidades online extremistas, assim como símbolos como a máscara de caveira utilizada pelo agressor, emulando o autor da chacina de Suzano.

Hoje a tarefa de resolver a violência nas escolas está nas costas apenas dos(as) educadores, como demonstra a dinâmica dos ataques na Escola Thomazia Montoro. A tragédia só não foi maior porque outra professora imobilizou o autor dos ataques, possibilitando que ele fosse desarmado.

A atitude heroica da professora Cíntia, que colocou sua vida em risco ao  imobilizar o agressor, não pode ser glorificado como uma solução. É responsabilidade do Estado evitar que casos assim se repitam. 

A professora Elizabeth pagou um preço alto demais por atuar sem apoio do Estado para tentar reduzir a violência na escola. Uma semana antes de ser morta, ela separou uma briga entre o autor dos ataques e outro aluno, iniciada após ofensas racistas feitas pelo agressor. A atitude teria sido o motivo do ataque covarde que sofreu.

O racismo servindo de estopim para toda essa violência reforça a importância de uma educação voltada ao combate a toda forma de discriminação.

A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo) divulgou nota em que cobra do governo de São Paulo medidas para impedir novos ataques nas escolas. A terceirização de funcionários(as) é parte do problema, pois reduz os vínculos(as) deles com as comunidades escolares, aponta a Apeoesp.

“Faltam funcionários nas escolas, o policiamento no entorno das unidades escolares é deficiente e, sobretudo, não existem políticas de prevenção que envolvam a comunidade escolar para a conscientização sobre o problema e a busca de soluções”, diz a nota. 

“É necessário que o governo do Estado ouça a comunidade e, de imediato, que recomponha o quadro de funcionários das escolas estaduais – não com pessoal terceirizado, mas com servidores selecionados por meio de concurso público – e retome o programa de mediação escolar”, afirma a Apeoesp.

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