Insatisfeitos com as aulas televisionadas, estudantes e pais da cidade de Colombo realizam um ato nesta sexta-feira (16), para denunciar e cobrar a implementação de aulas presenciais para as disciplinas profissionalizantes dos cursos técnicos.
A mobilização será realizada em frente ao Colégio Estadual Abraham Lincoln, no centro da cidade, a partir das 7h da manhã.
Mônica Noernberg Borges de Lima, mãe de estudante do ensino técnico, explica que o modelo implementado não têm sido o suficiente para garantir o aprendizado dos(as) alunos(as).
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“As aulas são desmotivadoras e desestimulantes, tendo em vista que os(as) estudantes não estão aprendendo e assimilando os conteúdos. A maioria dos(as) alunos(as) querem desistir do curso, já que em quase um ano não houve aulas com professores(as) presencialmente”, explica Mônica.
Se as aulas via internet já são desestimulantes, a falta de estrutura é mais um empecilho que atrapalha os(as) estudantes a assimilar os conteúdos.
Diante desta falta de estrutura e um conteúdo precário, a mãe ressalta que a melhor forma do ensino técnico aumentar a efetividade é colocar novamente os(as) professores(as) em sala de aula.
“O melhor modelo é o presencial, com o professor presente na sala de aula, tirando as dúvidas dos alunos no ato, com internet de qualidade, computadores para serem usados na prática docente e discente, um aprendizado de verdade e não “fake”, finaliza a mãe.
Os pais e mães dos(as) estudantes também estão promovendo um abaixo-assinado cobrando o retorno das aulas presenciais. Acesse o documento aqui e ajude na luta!
Os responsáveis dos(as) estudantes ainda entraram com uma denúncia no Ministério Público Paranaense (MP-PR) questionando o modelo e solicitando uma investigação sobre a Unicesumar.
Contratos obscuros e relações mais obscuras ainda
Única concorrente do pregão nº 980/2021, o qual privatizou o ensino técnico paranaense, a Unicesumar embolsou R$ 38,4 milhões de reais a partir de 27 lotes arrematados no pregão.
Além de levar uma bolada de dinheiro do contribuinte, a empresa ainda se apoderou da tecnologia desenvolvida por educadores(as) que tinham plena condições de ministrar as aulas.
Trata-se de um duplo desvio; o Estado entrega à iniciativa privada não apenas recursos financeiros dos cofres públicos, mas também a produção intelectual de servidores(as).
Se toda a tramitação do contrato já coloca uma pulga atrás da orelha, a relação entre Ratinho Jr. e Wilson de Matos Silva, dono da instituição, é mais um motivo para desconfiança.
De acordo com a matéria do portal de notícias Plural, o empresário doou R$ 90 mil reais à campanha de reeleição do governador, sendo a sexta maior doação para a campanha.
Chega de aulas fake
Claudinei Duarte, que também é pai de um estudante do modelo, aponta que este é o momento de se mobilizar e denunciar o modelo de Ratinho Jr, defendendo assim o direito dos(as) estudantes em ter aulas de qualidade, garantindo um futuro para estes jovens.
“Estamos fazendo um apelo para que se juntem ao movimento para que nossos filhos(as) da rede pública estadual dos mais de 400 colégios que têm o ensino técnico a partir da TV, possam ter professores(as) dentro das salas de aula para terem aulas de qualidade”, finaliza Duarte.
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