Audiência sobre a EJA reforça luta contra modelo proposto pela Seed

Audiência sobre a EJA reforça luta contra modelo proposto pela Seed

Durante a sessão, alunos e professores(as) destacaram a importância de manter a EJA presencial e ampliar investimentos para área

Foto: João Paulo Vieira/APP-Sindicato

Na noite desta quarta-feira (9), a APP-Sindicato participou da Audiência Pública convocada em parceria com o Fórum Estadual de Educação de Jovens Adultos (EJA), Comissão de Educação da ALEP e mandato do Prof. Lemos. O tema da reunião foi: Avaliação e Perspectiva da Educação de Jovens e Adultos no Paraná. O evento ocorreu no Plenarinho, da Assembleia Legislativa e reuniu reuniu alunos(as), professores(as), representantes de fóruns, conselhos e sindicatos paranaenses ligados à educação pública, que lotaram o espaço.

Sendo uma das instituições que defende uma educação de qualidade para a população, a APP-Sindicato destacou a importância da Audiência e a necessidade de defender a EJA, que vêm sendo atacada pelo governo Ratinho Jr. “O Sindicato tem participado historicamente da defesa de uma EJA com qualidade, inclusiva e que neste momento vêm sendo ameaçada. Nós estamos mobilizados(as) juntos com várias outras entidades no Fórum Paranaense de EJA, participamos desta audiência pública, que é mais uma ação mobilizadora importante. Saímos com várias tarefas, das quais a APP-Sindicato estará junto com as regionais para reforçar nossa defesa e a melhoria da proposta para a EJA”, destaca o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão.

Fim da EJA

Entre os principais itens da nova medida, o que chama a atenção é a tentativa de “tornar mais atrativa” a EJA, ignorando pontos importantes para a melhoria da qualidade do ensino. Entre as novas propostas estão: padronização de cronogramas, redução de tempo de estudos, diminuição da oferta das horas semanais de cada disciplina, priorização da profissionalização ao invés da escolarização, adoção quase total da aplicação em Ensino a Distância (EAD).

A professora Cibely de Rossi, que atua no CEEBJA Manuel Rodrigues, em Maringá, conta que com a padronização dos cronogramas, as escolas perdem a autonomia e a flexibilidade de cada unidade ter sua própria organização. “Hoje, como exemplo, o CEEBJA

A professora Cibely de Rossi enfatiza que padronizar os cronogramas afeta a flexibilidade e autonomia das escolas. Foto: João Paulo Vieira/APP-Sindicato

Manuel Rodrigues, conseguimos ofertar doze ou treze aulas semanais de qualquer disciplina. A proposta é que ofereça três aulas semanais, seis aulas semanais. Então se a proposta do governo é tornar a EJA mais rápida, entendemos que este processo vai ser dificultoso e vai afastar o(a) aluno(a) da escola”.

Já a aluna EJA, Regina Souza, enfatiza que os(as) professores(as) da Educação de Jovens e Adultos são competentes, dedicados e tem muita paciência com os alunos. “Eu com 55 anos jamais pensaria que pudesse estudar. Eu quero concluir o ensino fundamental, o médio e futuramente estudar em uma universidade”. A aluna reforça ainda que a mudança poderá interromper seus estudos, já que a unidade onde frequenta é próxima de sua casa e a dificuldade de acesso à computadores atrapalharia seu aprendizado.

Ao fim da audiência, foram retiradas encaminhamentos, que serão compilados pelo gabinete do deputado Professor Lemos e disponibilizado na rede.

Presenças

Participaram da audiência pública também: o diretor do Departamento Penitenciário do Paraná, Francisco Alberto Caricati; Jacir Venturi, do Conselho Estadual de Educação; a diretora estadual da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UCME), Claudineia Vischi; a diretora da CEEBJA Herbert Souza, de Londrina, Vilma Maria Rondon Fogagnholi; a professora da UEL, Adriana Medeiros Farias; Leidiane da Silva de Campos, da Articulação Paranaense por Uma Educação do Campo; e estudante Sirlei Gonçalves.

Confira aqui o posicionamento da APP-Sindicato sobre a EJA

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