Audiência pública vai debater causas do adoecimento de professores(as) e funcionários(as) nas escolas do Paraná

Audiência pública vai debater causas do adoecimento de professores(as) e funcionários(as) nas escolas do Paraná

Reunião será realizada segunda-feira (9), na Assembleia Legislativa do Paraná, e terá a participação da APP-Sindicato

Foto: Altvista / APP-Sindicato

Na próxima segunda-feira (9), a partir das 9h, acontece na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) uma audiência pública para discutir as causas do adoecimento físico e mental dos(as) professores(as) e funcionários(as) de escola da rede estadual de educação no Paraná. 

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A APP-Sindicato estará presente, fazendo a denúncia dos ataques do governo Ratinho Jr. à carreira docente, que vão além da imposição de metas, utilização de plataformas e a pressão sobre educadores(as) para alcançar índices educacionais não compatíveis com a realidade escolar e as condições de trabalho.

Organizado pelo mandato do deputado estadual Goura (PDT), o evento reunirá pesquisadores(as), educadores(as) e representantes de órgãos públicos, com o objetivo de expor dados, relatos e propor medidas concretas contra a precarização da carreira docente.

A audiência “Adoecimento de Servidores e Educadores da Rede Pública do Paraná” será realizada no Auditório Legislativo (CCJ), que fica no prédio do Plenário, 3º andar.  A audiência será aberta ao público e terá transmissão ao vivo nos canais oficiais da Alep no YouTube e Facebook.

Caso reacende o debate

O falecimento da professora da rede estadual de ensino do Paraná, Silvaneide Monteiro Andrade, de 56 anos, ocorrido na última sexta-feira (30), durante seu expediente de trabalho no Colégio Cívico-Militar Jayme Canet, em Curitiba, causou profunda comoção e reacendeu o debate sobre as condições de trabalho dos(as) educadores(as). 

O caso tomou proporções nacionais a partir da ampla divulgação de instituições, entidades, sindicatos, especialistas em educação e parlamentares, que se manifestaram denunciando a pressão, as metas e o assédio que têm afetado a categoria, resultando em adoecimento e, tragicamente, até em perdas de vida. 

No dia do ocorrido, após tomar conhecimento da morte da professora, dirigentes estaduais da APP-Sindicato se deslocaram imediatamente até a escola para apurar as circunstâncias dos fatos e prestar solidariedade à comunidade e familiares. 

“De acordo com as informações, a professora estava dando aula quando foi chamada à sala da equipe pedagógica, onde sofreu um infarto. Ela chegou a ser socorrida pelo serviço médico, mas não resistiu e veio a falecer”, relatou a nota da APP.

Ontem (5), mais uma professora morreu dentro da escola pública paranaense. Rosane Maria Bobato faleceu durante seu expediente de trabalho dentro do Colégio Estadual Santa Gemma Galgani, em Curitiba, estabelecimento de ensino que neste ano teve a sua gestão administrativa transferida para a iniciativa privada.

De acordo com as informações, a professora Rosane Bobato se sentiu mal em sala de aula, foi para a coordenação, onde foi acolhida, mas infelizmente veio a óbito no local. Ela era professora de Língua Portuguesa e lecionava há mais de 29 anos. 

Estudo

A APP-Sindicato tem denunciado a exaustão a que são submetidos(as) os(as) profissionais da educação na rede pública paranaense, especialmente em um contexto de plataformização, terceirização, privatização e venda de escolas para a gestão empresarial no governo Ratinho Junior. 

Segundo dados da pesquisa “Plataformização da Educação: sobrecarga, assédio e adoecimento”, mais de 70% dos(as) professores(as) da rede estadual do Paraná relatam adoecimento pelo uso de plataformas digitais. O estudo inédito, contratado pela APP-Sindicato, foi publicado em 2023.

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