Ainda há muito o que dizer sobre o massacre do dia 29 de abril e os(as) educadores(as) machucados(as), física e moralmente, não vão se calar até os culpados por aquela violação de direitos, sejam condenados. Exemplo disso é a Audiência Pública do Conselho Nacional dos Direitos Humanos realizada hoje (12) na Universidade Federal do Paraná (UFPR), com a presença do ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Pepe Vargas e sociedade civil, que debateu as ameaças e violências cometidas contra os(as) trabalhadores(as) naquele dia.
O ministro que coordenou a mesa de debate, em sua fala inicial reiterou o trabalho que a Secretaria vem realizando quanto ao massacre. “Tanto os deputados, como o Senado, como o poder executivo através da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, mas também o Conselho Nacional, que é um conselho de classificação social, tem dedicado atenção às denúncias de violação de direitos que chegaram até nós”, explica Pepe.
Antes dos representantes da sociedade civil darem seus depoimentos, um vídeo com a cronologia do fatídico dia foi apresentado. No final, um silêncio de tristeza tomou conta do salão. Em seguida, o cinegrafista da Band, Luiz Carlos de Jesus, contou sobre a violência que sofreu no dia 29 enquanto exercia a sua função de documentar a manifestação. “Meu filho havia pedido para eu ficar mais longe da manifestação, pois já havia levado um jato de spray de pimenta no rosto, em outra manifestação. Fui acusado pelo governo de ter pisado no cachorro, só faltou falarem que eu é que havia mordido o animal”.
O presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão, fez uma retrospectiva dos abusos que o governador Beto Richa vem cometendo contra os(as) educadores(as) desde o final de 2014, com a prorrogação da eleição de diretores(as). “O dia 29 de abril é a principal passagem do conjunto de violência que temos sofrido desde o dia 05 de outubro. Nós vamos continuar muito atentos. Não é porque a greve se encerrou que nós não vamos fazer a luta e contar para cada aluno e toda a população tudo o que temos vivido. O governo está vindo novamente com todas as armas para cima de nós, mas pode vir, vem que nós estamos preparados para resistir”.
Também foi entregue à Secretaria de Direitos Humanos um dossiê, preparado pelo Comitê 29 de abril, com um relato rápido com a denúncia da narrativa factual, com depoimentos dos(as) educadores(as), um clipping de notícias veiculadas por toda a imprensa e um documento do Ministério Público.