Ato violento e racista contra pedagoga em Macapá APP-Sindicato

Ato violento e racista contra pedagoga em Macapá

Atuação indica o racismo estrutural das nossas forças de segurança por todo o país

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, entidade representativa dos profissionais da educação básica do setor público brasileiro, expressa o seu repúdio veemente às ações de três agentes da Polícia Militar do Estado do Amapá que, em uma abordagem a cidadãos de Macapá, derrubou de forma violenta e desferiu socos com brutalidade contra a pedagoga Eliane do Espírito Santo da Silva. A profissional de educação apenas filmava a abordagem policial de membros de sua família no último dia 19 de setembro quando, de forma descontrolada e destemperada, um dos agentes se voltou contra ela.

A agressão sofrida por Eliane, mulher e negra, escancara a absoluta falta de preparo das forças policiais brasileiras contra a nossa população, em especial as que vivem nas áreas periféricas de nossas cidades. E essa ação violenta da Polícia Militar, agora, em Macapá, segue o roteiro vivenciado por nosso povo: ser negro e mulher no Brasil são atributos preferenciais para a violência policial e alvos do genocídio negro e periférico que ocorre em todas as cidades brasileiras. Trata-se, é preciso nunca esquecer, do racismo estrutural que permeia nossas instituições, inclusive as policiais, e da violência militar nunca investigada e punida dos tempos da ditadura militar brasileira que, de forma clara, deixa seus resquícios nos tempos atuais.

O Brasil padece de muitas coisas, mas o despreparo de nossas forças de segurança, protagonistas do genocídio negro em nossas periferias, é o que deveria ser imediatamente enfrentado com rigor e celeridade! Não é de hoje que temos o diagnóstico dos abusos e crimes recorrentes cometidos por forças polícias em todo o país. Não por acaso, pesquisas de opinião dão conta que 62% de nossa população que vive nas cidades de mais de 100 mil habitantes têm medo de sofrer algum tipo de agressão da Polícia Militar, e 53% nutrem esse mesmo sentimento em relação às policias civis. Polícia, no Brasil, virou sinônimo de violência contra o próprio povo, em especial de nossa população negra.

Os(as) educadores(as) de todo o país se solidarizam com Eliane e sua família, e cobram do governo estadual do Amapá uma investigação exemplar para punir os atos desses três agentes policiais. Nos somamos também a todos os cidadãos de Macapá que, nesse próximo dia 22 de setembro, às 16 horas, se somarão ao Ato Unificado do Movimento Negro Amapaense. Não nos calaremos jamais diante da violência recorrente contra nosso povo! Vidas negras importam!

Fonte: CNTE Viol

 

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