A partir de terça-feira (9), o Fórum das Entidades Sindicais (FES) inicia a “Operação Sarepta” com o objetivo de unir a caridade à luta. Baseada em uma história de uma viúva muito pobre e seu filho a ação se estende por toda semana e pretende arrecadar alimentos não perecíveis e agasalhos.
Segundo o conto, a personagem tinha apenas um pouco de farinha para fazer um bolo e aguardar a morte por inanição junto com seu filho, mas ela, mesmo nesta situação alimenta o profeta Elias. Por fim, Deus a sustentou naquela terra de aflição.
A secretária de Funcionários(as), Nádia Brixner, explica que iniciativa surgiu como indicação das entidades que representam a segurança pública no último comando de greve. “A campanha se inicia em nosso ato e vamos ter dois locais de arrecadação. Primeiro no início da mobilização, na Praça do casal desnudo (Praça 19 de Dezembro) e depois na tenda no acampamento do centro cívico”.
A ação é mais uma medida para mostrar ao governo do estado e a gestão empresarial da Secretaria Estadual da Educação (Seed) que o princípio da solidariedade continua forte na categoria do funcionalismo público, principalmente na educação. ”Esta campanha serve exatamente para isto, para mostrar para o governo estado que por menor que seja nosso salário, por pior que sejam as nossas condições de vida, nós somos pessoas solidárias, lutando um pelo outro. E isto está muito presente na nossa greve” destaca Brixner.
A coordenação do FES e as entidades representantes da categoria da segurança pública decidirão quais são as entidades beneficentes que receberão as doações. “A greve surge de um principio de solidariedade, então lutamos para que todos(as) tenham melhores condições. É eu que recebo pouco, mas sei que tem pessoas que recebem muito menos e por isso me solidarizo com essas pessoas”, enfatiza a secretaria.
Segundo Ato Estadual Unificado
Os(as) servidores(as) públicos estaduais em greve vão realizar na próxima terça-feira (9) mais um ato unificado em Curitiba para cobrar do governador Ratinho Junior (PSD) o pagamento reposição salarial. A concentração terá início às 9h na Praça 19 de Dezembro, região central da cidade. Na sequência, os(as) trabalhadores(as) vão em caminhada até o Palácio Iguaçu, sede do governo.
“Servidores(as) de todo o estado do Paraná participam do ato, mas também muitos pais, mães, estudantes e a sociedade paranaense que está se solidarizando conosco na nossa greve. Queremos que todos(as) participem deste ato, tragam seu quilo de alimento ou agasalho para que possamos fazer a luta e também nos solidarizar com quem está em pior situação”, finaliza Brixner.
Chega de Calote!
A data-base para revisão salarial do funcionalismo venceu no dia 1º de maio e a inflação acumulada no período é 4,94%. Os(as) servidores(as) também reivindicam a negociação dos atrasados.
Com os salários congelados desde 2016, as perdas passam de 17%.
Após mais de duas semanas de protestos, o governador anunciou à imprensa uma proposta para pagar apenas 0,5% a partir de outubro. Imediatamente o movimento recusou a oferta, classificada como “indecente”. Ratinho Junior ainda condicionou a aplicação mediante a retirada de direitos dos(as) trabalhadores(as).